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CMR Surgical cresce e impulsiona cirurgia robótica na América Latina

Com plataforma modular, adaptável a diferentes instituições, empresa tem se destacado pelo aumento do número de procedimentos cirúrgicos roboticamente assistidos, o que tem contribuído para o crescimento de mais de 100% no número de robôs comercializados no Brasil e na América Latina no ano de 2024

Giovani Martins, diretor-geral da CMR Surgical para América Latina: em 2024, a empresa cresceu 100% na América Latina (Claudio Gatti/Divulgação)
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Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 11h35.

Última atualização em 13 de dezembro de 2024 às 14h36.

Apesar de ser uma inovação importante para o setor da saúde, os investimentos na tecnologia que possibilita a realização de cirurgias robóticas foram, por muito tempo, um fator limitante para o mercado nacional. Mas com a chegada de novos players ao país, expandindo a oferta de equipamentos, o número de cirurgias robóticas realizadas no Brasil aumentou, chegando a 88 mil procedimentos feitos até 2023, segundo dados da Associação Médica Brasileira.

A técnica possibilita ao médico cirurgião controlar os movimentos dos braços do robô por meio de um console e, assim, realizar o procedimento com um alto nível de precisão. Segundo os especialistas, a tecnologia traz benefícios aos pacientes por reduzir o risco de complicações, diminuir o tempo de internação e permitir uma recuperação mais rápida.

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Parte desse aumento significativo nos procedimentos se deu graças à chegada da CMR Surgical, que iniciou sua operação comercial na América Latina em 2022. Fundada em 2014, em Cambridge, no Reino Unido, a companhia desenvolveu o Versius, um robô cirúrgico de última geração que se destaca pelo sistema compacto e modular, podendo ser movido para diferentes salas dentro dos centros cirúrgicos.

“O mercado, que nos últimos 15 anos entendia que a cirurgia robótica não era sustentável, começou a perceber que as vantagens do Versius possibilitam a construção de um programa robótico economicamente eficiente, e isso faz toda a diferença, principalmente no Brasil e na América Latina, onde o sistema de saúde tem sido pressionado por custos crescentes e margens cada vez menores”, explica Giovani Martins, diretor-geral da CMR Surgical para América Latina.

Para o executivo, “para que as instituições possam desfrutar de maneira consistente do benefício real da tecnologia, é necessário que a plataforma a ser escolhida seja de fácil adaptação e não exija a substituição do equipamento a cada atualização”.

A popularização da tecnologia tem contribuído para que a CMR fortaleça sua presença no Brasil e reafirme seu posicionamento na região. Em 2024, a empresa cresceu 100% na América Latina, comparado ao mesmo período do ano passado.A companhia expandiu as suas operações para novos países como Argentina, Paraguai, Uruguai e México. No Brasil, estados como Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso e Distrito Federal, onde a CMR não atuava, também entraram na lista de operações da companhia.

"O mercado, que nos últimos 15 anos entendia que a cirurgia robótica não era sustentável, começou a perceber que as vantagens do Versius possibilitam a construção de um programa robótico economicamente eficiente"Giovani Martins, diretor-geral da CMR Surgical para América Latina

Versius: robô cirúrgico de última geração se destaca pelo sistema compacto e modular (Claudio Gatti/Divulgação)

Robô diferenciado

Presente em mais de 30 países, a CMR afirma que, até o momento, o Versius já realizou mais de 27 mil procedimentos cirúrgicos, em diversas especialidades, incluindo cirurgias colorretais, gastrointestinais, ginecológicas, hérnias, urológicas, torácicas além de cirurgia geral.

Por ser um modelo de uma nova geração de robôs, o Versius se destaca por sua versatilidade, modularidade e facilidade na utilização, permitindo que os cirurgiões realizem uma ampla gama de procedimentos com maior precisão e controle. Além disso, por ter braços modulares (e não em uma peça única), o equipamento é mais compacto e portátil do que outros robôs cirúrgicos disponíveis no mercado, o que reduz a necessidades de investimentos adicionais em adaptação e em infraestrutura e facilitando sua integração em diferentes ambientes hospitalares.

Dr. Gustavo Guimarães, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo, destaca que a plataforma também traz benefícios para os profissionais na hora do procedimento. “Temos uma visualização tridimensional magnificada, ou seja, vemos todas as coisas muito maiores, o que ajuda a ter movimentos muito mais precisos e a encontrar coisas em lugares de difícil acesso”, diz o Dr. Guimarães.

Dr. Gustavo Guimarães, coordenador do programa de cirurgia robótica do Hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo: tecnologia traz benefícios para pacientes e profissionais (CMR Survical/Divulgação)

O Versius já é utilizado por importantes instituições de saúde no mundo, como hospitais do NHS (National Health Service), no Reino Unido; a Clinique du Parc e o Argenteuil Hospital, na França; o Galaxy Care Hospital e o HCG Curie Manavata Cancer Centre, ambos na Índia.

A CMR também destaca que sua solução reduz a curva de aprendizagem para os cirurgiões interessados em realizar a cirurgia roboticamente assistida já que oferece uma fácil transição, proporcionando um treinamento muito mais simples e rápido, com fácil manuseio do equipamento.

Mercado em crescimento

De acordo com o diretor-geral da CMR Surgical para América Latina, o Brasil ainda é o maior mercado da empresa na região. “Hoje, o setor de dispositivos médicos e cirurgia robótica já movimenta algo em torno de US$ 300 milhões por ano na América Latina. E o Brasil que já é responsável por quase 1/3 do volume total na região, deve continuar crescendo”, analisa.

De fato, as projeções para o mercado de cirurgias robóticas se mantêm positivas para os próximos anos. De acordo com dados da Global Health Intelligence, plataforma de análise de negócios no setor de saúde, o mercado na América Latina deve aumentar cerca de 22% até 2027, atingindo um volume de US$ 2,62 bilhões. E o Brasil deve liderar o volume de procedimentos.

Para o cirurgião especialista, além da maior disponibilidade de equipamentos, o entendimento do custo-benefício da técnica tem sido um diferencial para a maior adoção da tecnologia. “O investimento inicial na tecnologia não é barato, mas vale a pena. Além da maior segurança durante o procedimento, o paciente sofre menos impactos, por isso o tempo de internação menor. Isso possibilita à instituição atender mais pessoas. O paciente também pode voltar às suas atividades em pouco tempo, contribuindo para a geração de renda no país. O retorno à qualidade de vida também gera ao ecossistema a diminuição de gastos com inúmeras terapias”, analisa o Dr. Guimarães.

Para 2025, a CMR Surgical espera, por meio de uma execução rigorosa de sua estratégia, continuar expandindo sua base instalada por toda região. “A decisão de aquisição de uma plataforma robótica não é mais sobre eficiência clínica, já que as plataformas disponíveis entregam o que se propõem, a discussão portanto é sobre a solução que melhor se adequa ou que melhor se adapta à realidade de cada instituição", afirma Martins.

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