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Citigroup divulga diferenças salariais por gênero e por raça

Objetivo é tomar medidas para acabar com as diferenças salariais entre homens e mulheres.

Citigroup (Emmanuel Dunand/AFP)

Citigroup (Emmanuel Dunand/AFP)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 14h20.

O Citigroup anunciou que vai medir, publicar e tomar medidas para acabar com as diferenças salariais entre homens e mulheres em três países e entre minorias nos EUA.

A medida se deve a uma proposta apresentada pela acionista Arjuna Capital, com sede em Boston, e é a primeira do tipo a ser tomada por um grande banco dos EUA. Além dos EUA, o Citigroup também estudou a remuneração no Reino Unido - onde esse tipo de relatório agora é obrigatório - e na Alemanha.

O Citigroup aumentará a remuneração das mulheres e das minorias nos EUA e também de outros nos casos em que os aumentos sejam justificados para acabar com a desigualdade, informou o banco em comunicado. O banco também prometeu fazer análises similares nos outros países onde algum de seus mais de 200.000 funcionários trabalham.

O foco no pagamento "respalda nossas iniciativas para atrair e reter os melhores profissionais e para recompensar o desempenho", afirmou o Citigroup. Cerca de metade dos funcionários do banco são mulheres, mas apenas um quarto dos executivos seniores são mulheres. Onze por cento dos seus empregados dos EUA são afro-americanos, embora apenas 1,6 por cento dos executivos seniores sejam afro-americanos.

O Citigroup informou que analisou a remuneração total de seus funcionários nos EUA, no Reino Unido e na Alemanha, considerando fatores como nível do cargo, função e localização geográfica. O banco concluiu que as mulheres ganharam em média 99 por cento do salário dos homens e que as minorias dos EUA obtiveram 99 por cento do salário de grupos não minoritários.

O Reino Unido exige que todas as empresas, incluindo as estrangeiras, como o Citigroup, informem publicamente os dados salariais segundo o gênero a partir de abril. Os números se baseiam nas médias da força de trabalho total, e aqueles relatados pelas instituições financeiras até agora tendem a ser muito maiores que a disparidade nacional de remuneração de gênero, de 18 por cento.

Brian Levine, sócio da Mercer Consulting que analisa a remuneração, disse que esses números diminuem entre 1 por cento e 3 por cento para a maioria das empresas quando a função do cargo, a antiguidade e outros fatores são levados em consideração, principalmente porque as mulheres estão concentradas em empregos de menor remuneração. Ele acrescentou que algumas empresas estão realizando análises de forma proativa em todo o mundo antes da divulgação exigida pelo Reino Unido

Natasha Lamb, sócia da Arjuna, disse que retiraria a proposta devido às ações do Citigroup e que esperaque outros bancos sigam o exemplo. "O Citigroup está assumindo um papel de liderança na diferença de remuneração por gênero que não vimos em nenhum de seus pares financeiros dos EUA", disse ela.

A Arjuna pressionou com êxito sete empresas de tecnologia a divulgar suas diferenças salariais por gênero em 2016. Ela empreendeu uma iniciativa semelhante com os bancos dos EUA no ano passado, incluindo o Citigroup, mas foi rejeitada pelas instituições financeiras.

Outras oito instituições financeiras serão alvo da Arjuna na temporada de reuniões com acionistas de 2018: JPMorgan Chase, Wells Fargo, Bank of America, Bank of New York Mellon, American Express, Mastercard, Reinsurance Group of America e Progressive. As propostas solicitam que as empresas publiquem suas políticas e metas para reduzir as disparidades salariais por gênero.

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