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Cielo corta custos para enfrentar mercado competitivo

Redução de custos é a mais recente de uma série de medidas para compensar corte de preços para enfrentar seus rivais como Rede, GetNet, PagSeguro e Stone

Estável: Cielo tem atraído em média 1.600 clientes por dia, mas a receita líquida do primeiro trimestre permaneceu praticamente estável em relação ao ano anterior (Paulo Fridman/Bloomberg)

Estável: Cielo tem atraído em média 1.600 clientes por dia, mas a receita líquida do primeiro trimestre permaneceu praticamente estável em relação ao ano anterior (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 15 de julho de 2019 às 11h00.

Última atualização em 15 de julho de 2019 às 11h05.

São Paulo — A Cielo, maior processadora de cartões de crédito do Brasil, apertará os cintos em meio a uma feroz concorrência com rivais, como PagSeguro Digitale StoneCo, para atrair comerciantes.

A Cielo contratou a consultoria Gradus para implementar um programa de redução de custos, em um projeto a ser realizado neste ano e no próximo ano, disse à Reuters o vice-presidente financeiro, Gustavo de Sousa.

O programa de redução de custos é a mais recente de uma série de medidas tomadas pela Cielo para compensar uma queda nas margens, depois de cortar os preços para enfrentar seus principais rivais como Rede, GetNet, PagSeguro e Stone. No início deste ano, a empresa reduziu o pagamento de dividendos para 30% de 70% do lucro e cancelou sua perspectiva de lucro para este ano.

"Nosso objetivo é aplicar uma estratégia de orçamento base zero, com alguns resultados já aparecendo em 2019", disse ele, sem fornecer uma meta para a economia. "Descarte a ideia de que os contratos vão ser reajustados em linha com a inflação."

Sousa disse que a economia esperada provavelmente ajudará a rentabilidade, se todos os demais fatores forem mantidos iguais.

O corte de gastos também pode oferecer mais espaço para investimentos em novos produtos ou mercados, o que poderia também contribuir para aumentar o lucro, disse ele.

As despesas operacionais da Cielo cresceram 46% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, puxadas pela contratação de 1.000 vendedores em janeiro. Sousa disse que a empresa não tem planos atuais para expandir ainda mais sua força de vendas, que deve se concentrar em atrair comerciantes com vendas anuais entre 120.000 reais e 15 milhões de reais, elevando o piso dessa faixa.

"Clientes menores devem adquirir máquinas de leitura de cartões online ou em agências porque são canais de distribuição mais baratos", disse Sousa, citando comerciantes com faturamento anual abaixo de 120 mil reais.

Questionado sobre possíveis demissões, ele disse que não há mudanças planejadas na força de trabalho da empresa de 3.250 pessoas.

A Cielo tem atraído em média 1.600 clientes por dia neste ano, mas a receita líquida do primeiro trimestre permaneceu praticamente estável em relação ao ano anterior. Vendas mais altas por cliente ajudariam a impulsionar os resultados da companhia.

As ações da Cielo caíram mais de 14% este ano, enquanto as ações de seus concorrentes listados nos EUA, PagSeguro e StoneCo, subiram.

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