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Cibra, de fertilizantes, capta R$ 300 milhões após multiplicar receita por 10 desde 2012

O aporte servirá para dar seguimento ao plano de expansão da companhia. Na lista estão a construção de fábricas em Sinop, no Mato Grosso, e em São Luís, no Maranhão, além da aquisição de unidades de produção e armazenamento de fertilizantes

Fábrica da Cibra: empresa saiu de receitas de R$ 80 milhões em 2012 para R$ 8 bilhões no ano passado (Cibra/Divulgação)

Fábrica da Cibra: empresa saiu de receitas de R$ 80 milhões em 2012 para R$ 8 bilhões no ano passado (Cibra/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 18h35.

Última atualização em 17 de janeiro de 2024 às 14h47.

Uma das principais fabricantes de fertilizantes com operação no Brasil, a Cibra anuncia a captação de R$ 300 milhões.

O aporte servirá para dar seguimento ao plano de expansão da companhia. Na lista estão a construção de fábricas em Sinop, no Mato Grosso, e em São Luís, no Maranhão, além da aquisição de unidades de produção e armazenamento de fertilizantes.

A captação foi por meio de um certificado de recebíveis imobiliários, o CRI. Estiveram na oferta 12 investidores institucionais, entre eles, os bancos Votorantim, Industrial e BMG e fundos de investimento.

Sediada em Camaçari, na Grande Salvador, a Cibra faz parte do grupo americano Omimex, que tem operações de óleo e gás e está sediado em Forth Worth, no Texas. A mineradora britânica Anglo American tem participação minoritária no negócio.

"Estamos muito satisfeitos em ampliar o nosso relacionamento com instituições financeiras que possibilitam à Cibra receber investimentos, como no caso do CRI", afirma Santiago Franco, CEO da Cibra desde 2012, quando a companhia foi adquirida do Grupo Paranapanema.

A Cibra está entre as cinco maiores produtoras de fertilizantes para o agronegócio no país. O faturamento da companhia em 2023 foi na casa de R$ 8 bilhões, uma expansão significativa desde a chegada do atuais donos. Em 2011, a companhia girava R$ 80 milhões por ano.

Neste período, a empresa cresceu consistentemente acima da média da indústria de fertilizantes (23% vs 3%). Por trás do resultado está o boom do agronegócio brasileiro nas últimas décadas.

O que explica o crescimento

Mais recentemente, outro vetor de crescimento veio da guerra na Ucrânia. A Rússia é o maior produtor mundial de fertilizantes agrícolas. Com as dificuldades crescentes de fazer negócios com o país, muitos clientes diversificaram as cadeias de suprimentos para empresas de outros países. No Brasil, a Cibra foi uma das principais beneficiadas.

A meta da produção para 2023 é atingir 3 milhões e 5 milhões de toneladas, até 2026.

A linha de produtos inclui produtos com nitrogênio, potássio, amônio, fosfato e outros nutrientes de fonte mineral.

Atualmente a empresa tem 13 fábricas e 1,4 mil funcionários.

Dentro da estratégia de expansão anunciada em 2021, estão previstos investimentos totais de R$ 1,5 bilhão até 2026.

Entre os principais investimentos estão a aquisição da unidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, em 2021, a construção de unidades “greenfield” em Sinop, no Mato Grosso, inaugurada em maio de 2023, e São Luís, Maranhão, prevista para 2024, e outras ainda mantidas em sigilo.

Para além das captações de recursos, a Cibra tem se destacado por inovações no mercado agro. A fabricante foi pioneira ao montar um e-commerce próprio de fertilizantes ao produtor rural.

Além disso, em 2023 a companhia lançou um sistema para o pagamento de compras através de um criptoativo próprio, a CibraCoin. A intenção é minimizar o risco de o cliente ter perdas em caso de uma alta generalizada no preço do insumo.

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