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Chuvas atrasam início de perfuração da HRT na Amazônia

Segundo Márcio Mello, a frequência de voos para transportar o material necessário para começar os trabalhos de perfuração caiu por conta das chuvas

Márcio Mello, presidente da HRT: empresa pretende acelerar os trabalhos (Eduardo Monteiro/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 21h21.

Rio de Janeiro - As chuvas atrasaram o início das perfurações da HRT na bacia do Solimões, em plena Amazônia, mas a empresa pretende acelerar os trabalhos para não comprometer muito o começo da produção, informou o presidente da companhia nesta sexta-feira ao comentar os resultados do ano passado.

Segundo Márcio Mello, a frequência de voos para transportar o material necessário para começar os trabalhos de perfuração no município de Tefé, no meio da floresta, caiu de 50 para 23 voos diários por conta das chuvas.

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Por serem localizados no meio da floresta, os 21 blocos que a HRT possui na área em parceria com a Petra, com 55 e 45 por cento respectivamente, recebem os materiais por balsas e helicópteros. Cerca de 60 por cento da carga já foi transportada, disse Mello.

Com o atraso, a previsão de instalar a primeira sonda da empresa em janeiro passou para "final de março, começo de abril", de acordo com Mello. Ele não fez uma nova estimativa para começar a produção, prevista inicialmente para julho deste ano.

"A boa notícia que eu posso dizer é que estou com controle da pluviosidade da área e as chuvas já começaram a ceder, os rios já não estão subindo como estavam subindo, daqui para frente vai ser mamão com açúcar", disse a analistas e jornalistas que participaram da teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre do ano passado.

Ele explicou que pretende encurtar o tempo de perfuração de 90 para 60 dias para minimizar o atraso da operação.

Ainda sem nenhuma produção, a HRT teve prejuízo de 74 milhões de reais no quarto trimestre do ano passado, contra prejuízo de 13 milhões de reais um ano antes, devido a mais investimentos.

"A segunda sonda já se encontra na nossa base. Vamos iniciar em dez dias o transporte para o Solimões... as outras duas sondas da Queiroz Galvão estão navegando hoje no Atlântico Sul e chegam antes do final de março", informou o executivo.

A expectativa de Mello é de que em maio a campanha do Solimões, uma das grandes apostas da companhia, tenha quatro sondas em operação e, em outubro, sete.

Petrobras anima - Mello se disse entusiasmado com a descoberta da Petrobras na mesma bacia , "vizinha" aos blocos da HRT, que poderá revelar uma jazida importante para o país. A HRT já gastou 59 milhões de reais até o momento na exploração na bacia.

"Não resta a menor dúvida que se confirmarem que eles foram ao horizonte devoniano (era paleozóica) será mais um dado extremamente importante para a HRT, o mais importante é que a Petrobras está estendendo para norte e nordeste essas descobertas", explicou, referindo-se à mais recente descoberta da estatal no local e que gerou rumores no mercado de que uma imensa jazida de gás teria sido descoberta.

"Não vou falar mais nada porque essas informações não foram colocadas de maneira clara ainda", esquivou-se.

Além de possibilidade de um imenso volume de gás natural, a região contém petróleo de qualidade bem superior à média brasileira: entre 43 e 47 graus API, contra 24 graus da média brasileira, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O óleo que será retirado no local será vendido à Petrobras para ser refinado na Refinaria de Manaus, informou.

"A HRT chegou no Estado do Amazonas e nossa intenção é sermos parceiros (da Petrobras)", afirmou Mello.

Mais parceiros poderão chegar também à região pelas mãos da HRT, que tem uma opção este ano de adquirir parte da participação da Petra, mas que poderá ser limitada se terceiros quiserem entrar na sociedade e pagarem mais do que a HRT pelo ativo "Se nós exercermos a 1,200 mil reais (como está no acordo) e aparecer quem pague mais a gente fica só com um terço do que tem direito e entra mais um sócio", explico.

Por volta das 13h50 (horário de Brasília) desta sexta-feira, as ações da empresa eram cotadas a 2.120 reais, queda de 2,3 por cento em relação ao fechamento de quinta-feira.

Além de Solimões, a HRT tem 12 blocos na Namíbia e prevê que em 2014 a empresa terá uma produção de cerca de 100 mil barris de óleo equivalente diários.

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