Negócios

Chegada de Murilo Ferreira não dificulta crédito para a Vale

Segundo analistas, geração de caixa pesa mais que novo presidente na obtenção de recursos

Vale: empresa encerrou 2010 com posição de caixa de 9,377 bilhões de dólares (Agência Vale/Divulgação)

Vale: empresa encerrou 2010 com posição de caixa de 9,377 bilhões de dólares (Agência Vale/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2011 às 11h57.

São Paulo - A Vale já havia anunciado o investimento de 24 bilhões de dólares para o ano de 2011 bem antes de Roger Agnelli sair do cargo de presidente. É o maior valor já planejado pela empresa. Para os analistas consultados por EXAME.com, a Vale está com boa geração de caixa e a chegada de Murilo Ferreira não trará dificuldades para a mienradora levantar a quantia que será investida nesse ano – seja através do BNDES ou do mercado.

“Os fatores (do mercado de minério de ferro) ajudam a Vale a ter um excelente resultado; não vejo problema de caixa para investir 24 bilhões”, afirma Pedro Galdi, analista da SLW. A suspeita de intervenção do governo na empresa, por conta da destituição de Agnelli do cargo e da indicação de um nome próximo à presidente Dilma Rousseff, também não dificulta a possibilidade de a Vale obter recursos no mercado, segundo Galdi. “A oferta de crédito à Vale não é medida pelo nome do presidente”, afirma.

Para os analistas, um dos pontos que deve ser observado na gestão de Murilo Ferreira será o destino dos investimentos, para ver se eles não serão re-direcionados para áreas de interesse do governo, como siderurgia, por exemplo. Na época do anúncio de investimentos, a empresa afirmou que, dos 24 bilhões de dólares previstos, 83% seriam aplicados em pesquisa, desenvolvimento, projetos greenfield e ampliações de plantas já existentes.

Para Marcelo Varejão, analista da Socopa, a empresa não enfrentará dificuldades para obter recursos no mercado, tampouco no BNDES. “Acho que nunca foi difícil conseguir (financiamentos com BNDES), mas, quando há uma proximidade com o governo, ajuda”, diz Varejão. “A Vale está passando por um momento muito bom, os preços dos produtos estão em alta a geração de caixa dela está fantástica. Isso influencia favoravelmente a tomada de crédito”, afirma Oswaldo Telles, da Banif Corretora.

A Vale encerrou 2010 com ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) recorde de 46,4 bilhões de reais. A dívida total da empresa, em 31 de dezembro, era de 25,343 bilhões de dólares. Sua posição de caixa era de 9,377 bilhões de dólares.

 

Acompanhe tudo sobre:BNDESEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasExecutivosExecutivos brasileirosMineraçãoMurilo FerreiraSiderúrgicasVale

Mais de Negócios

Ex-CEO do YouTube descreve luta contra o câncer em carta; leia

10 frases de Thomas Edison para inspirar futuros empreendedores

Do burnout à criação da primeira marca brasileira de roupa íntima para adolescentes

O que cinco CEOs aprenderam ao se tornarem “funcionários disfarçados”