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Chefes devem ser um pouco maus às vezes, diz pesquisa

Segundo estudo, traços como traços como arrogância, narcisismo, hesitação, dramatismo e inflexibilidade podem ser benéficos

Universidade de Nesbraka, onde foi feito o estudo sobre o "lado sombrio" dos chefes (Wikimedia Commons)

Universidade de Nesbraka, onde foi feito o estudo sobre o "lado sombrio" dos chefes (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2010 às 17h02.

São Paulo - Para ser um bom chefe, às vezes é preciso ser um pouco malvado. Um novo estudo, publicado no periódico The Leadership Quarterly, mostra que o chamado “lado sombrio” da personalidade também pode ser vantajoso. Segundo eles, traços como arrogância, narcisismo, hesitação, dramatismo e até mesmo a inflexibilidade podem ser benéficas para a gestão de líderes de determinados setores.

“Nós decidimos investigar esses traços ‘negativos’ porque não se sabia ao certo como e quanto eles afetam o desempenho profissional”, diz Peter Harms, autor do estudo e professor da Faculdade de Administração da Universidade de Nebraska. A pesquisa conseguiu mostrar, por exemplo, que ser cético em excesso é prejudicial tanto para o desempenho quanto para o desenvolvimento de uma pessoa. Mas que ter uma natureza muito cautelosa ou hesitante tem uma associação direta a uma melhora significativa na performance profissional, bem como em um desenvolvimento na capacidade de liderança.

Para chegar aos resultados, os cientistas analisaram 900 cadetes do Exército dos Estados Unidos. Na maioria deles, traços associados ao narcisismo, às críticas exagerados para com os outros e à rigidez em seguir regras tiveram efeitos positivos na liderança. “Sozinhos, esses traços negativos têm um efeito bem pequeno, mas, quando agregados, foram fundamentais para determinar quais cadetes teriam sua capacidade de liderança desenvolvida”, diz Harms. Isso provaria, de acordo com o pesquisador, que essas características negativas podem ser adaptadas e aproveitadas em determinados cargos ou empregos.

Sem exageros

A descoberta não descarta, no entanto, que o exagero desses traços possa trazer prejuízos à gestão. “Em quantidades muito altas, essas características podem se tornar patológicas e levarem ao declínio da carreira”, diz Harms. Um exemplo prático poderia ser o narcisismo demonstrado durante uma entrevista de emprego. Nesse momento, o traço é positivo, já que a segurança pessoal é algo esperado. Mas, dentro do ambiente de trabalho, a tendência que essas pessoas têm de se colocar à frente dos demais e levar a maioria dos créditos pelo trabalho pode gerar um desgaste com os colegas. “Esses traços da personalidade deveriam ser levados em consideração quando a empresa contrata para determinado cargo e até mesmo para promoções”, diz Harms.

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