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Chefe de animação da Disney renuncia por acusação de assédio sexual

Saída é mais um capítulo da onda de escândalos de abuso sexual em Hollywood deflagrada com as denúncias contra o produtor Harvey Weinstein

John Lasseter: funcionária da Pixar alegou que o diretor era conhecido por "agarrar, beijar" mulheres e "por fazer comentários sobre o físico das mulheres" (Foto/Getty Images)

John Lasseter: funcionária da Pixar alegou que o diretor era conhecido por "agarrar, beijar" mulheres e "por fazer comentários sobre o físico das mulheres" (Foto/Getty Images)

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AFP

Publicado em 9 de junho de 2018 às 11h01.

O chefe de animação da Disney, John Lasseter, que produziu "Carros" e "Toy Story", abandonará o grupo ao final do ano após ser acusado de assédio sexual em pleno escândalo Harvey Weinstein.

Com 61 anos, Lasseter fez com que a Pixar passasse de um mero apêndice da Lucasfilme a um dos estúdios de animação mais famosos do mundo, conquistando prêmios para depois ser comprada pela Disney.

"Os últimos seis meses me deram a oportunidade de refletir sobre minha vida, minha carreira e minhas prioridades pessoais", assinalou o executivo, em comunicado divulgado pela Disney.

"Apesar de continuar dedicado à arte da animação e inspirado pelo talento criativo na Pixar e na Disney, decidi que no final deste ano será o momento correto para começar a me dedicar a novos desafios criativos".

Diretor pioneiro de "Toy Story" e "Toy Story 2", Lasseter admitiu em novembro que causou "incômodo" a sua equipe com abraços indesejados e que falhou em garantir uma cultura de "confiança e respeito" entre seu pessoal.

Sua saída é mais um capítulo da onda de escândalos de abuso sexual em Hollywood deflagrada com as denúncias contra o produtor Harvey Weinstein.

As revelações dos crimes de agressão e assédio sexual de Weinstein, acusado por uma centena de mulheres, gerou uma consciência global sobre a violência com o movimento #MeToo e levou à queda de vários homens poderosos, como o chef Mario Batali, o ator Kevin Spacey e o produtor Brett Ratner.

Nesse contexto, o semanário The Hollywoord Reporter, apoiando-se em fontes da Disney/Pixar, denunciou as ações de John Lasseter. Uma funcionária da Pixar alegou que o diretor era conhecido por "agarrar, beijar" mulheres e "por fazer comentários sobre o físico das mulheres".

Outras pessoas entrevistadas pelo semanário alegaram que ele bebia muito durante os eventos sociais e que as mulheres fugiam de seus abraços.

A gigante do entretenimento Disney indicou em um comunicado que Lasseter assumirá um cargo de consultoria até 31 de dezembro e depois sairá do grupo.

"John teve uma carreira distinta na Pixar e Disney Animation, reinventando a arte da animação, assumindo riscos incríveis e contando histórias originais, de alta qualidade e atemporais", comentou Robert Iger, CEO da Disney.

"Somos profundamente gratos por sua contribuição, que inclui o excelente revival da Disney Animation Studios. Uma das maiores realizações de John é ter reunido uma equipe de grandes contadores de histórias e inovadores cuja visão e talento definiram os padrões de animação para as gerações vindouras", acrescentou.

Na terça-feira, sua ausência na estreia de "Os Incríveis 2" havia causado espanto.

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