CEOs nervosos costumam assumir menos riscos, diz estudo
Pesquisa indica que estado emocional do líder interfere em suas ações e na forma como encara as situações na empresa
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 11h04.
São Paulo - Os presidentes-executivos com personalidades tidas como “negativas”, como ansiosos e nervosos, costumam assumir menos riscos em nome do crescimento e da lucratividade. No entanto, a maturidade do profissional não causou muito impacto na escolha de assumir mais riscos. Essa é a conclusão de um estudo da Universidad de Burgos, na Espanha, divulgado pelo British Journal of Management, que também aponta que o nível de instrução também exerce um papel importante na hora de assumir mais riscos. Segundo a pesquisa, CEOs com maiores níveis de educação, tendem a optar por ações mais arriscadas.
O estudo foi baseado em um questionário enviado a todos os diretores de 70 bancos de investimento e 46 bancos de poupança espanhóis, em 2004. Em média, os pesquisados serviram o setor por 25 anos e atuaram como CEOs por, pelo menos, dez anos. Foram avaliadas as características demográficas e de personalidade, dividida em emoções positivas (como interesse e entusiasmo) e negativas (como forte preocupação e irritação).
A escolha de executivos do setor bancário foi feita pelo fato de que o gerenciamento de risco é mais central entre executivos de finanças e reguladores. Além disso, os relatórios financeiros de bancos costumam fornecer informações importantes sobre as características do risco tomado pelas instituições. Os pesquisadores usaram relatórios anuais e trimestrais entre 2001 e 2006, para avaliar esses riscos.
Tendo em vista o impacto das características positivas e negativas de personalidade na hora de assumir riscos, os autores do estudo recomendam bastante cautela no processo seletivo dos executivos. Segundo eles, pessoas com traços negativos de personalidade podem ser perfeitas para companhias que são contrárias a assumir muitos riscos.
Os pesquisadores também recomendam que os próprios executivos tenham consciência de seus traços psicológicos, para que estejam preparados para ir contra seus instintos, quando perceberem que isso pode afetar negativamente o andamento da empresa.