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CEO quer mais de US$ 60 mi pelo maior diamante em um século

Quanto o CEO da empresa que desenterrou o segundo maior diamante da história quer pela gema? Mais de US$ 60 milhões, isso é tudo o que ele dirá


	Diamante branco: valor é “mais elevado do que as estimativas atuais que as pessoas estão dando por aí, que estão acima de US$ 60 milhões”
 (Carl de Souza/AFP)

Diamante branco: valor é “mais elevado do que as estimativas atuais que as pessoas estão dando por aí, que estão acima de US$ 60 milhões” (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 20h14.

Quanto o CEO da empresa que desenterrou o segundo maior diamante da história quer pela gema? Mais de US$ 60 milhões, isso é tudo o que ele dirá.

“Eu não contei nem à minha esposa”, disse William Lamb, CEO da Lucara Diamond Corp., que na semana passada anunciou a descoberta do diamante com qualidade de gema de 1.111 quilates.

O valor é “mais elevado do que as estimativas atuais que as pessoas estão dando por aí, que estão acima de US$ 60 milhões”.

A descoberta enviou ondas de choque à indústria de diamantes, de US$ 80 bilhões. A pedra tipo IIa, pouco menor que uma bola de tênis, é o maior diamante desenterrado desde a gema Cullinan de 3.106 quilates encontrada na África do Sul em 1905.

A Cullinan foi cortada em pedaços, que foram somados às Joias da Coroa Britânica.

Diamantes brutos excepcionalmente grandes podem ser vendidos por cerca de US$ 60.000 o quilate, mas Lamb espera que seu status aumente o valor.

O primeiro trabalhador da Lucara a tocar a pedra foi, na ocasião, a única pessoa ainda viva a manusear um diamante de 1.000 quilates, disse ele.

“Muitas pessoas usarão o valor de US$ 60.000 por quilate como base”, disse Lamb. “Além disso, você tem que olhar o tamanho do diamante polido final, assim como o contexto histórico. Isso vai contar também”.

Oferta rejeitada

O CEO, que já rejeitou uma oferta de mais de US$ 40 milhões, disse que a empresa foi abordada pelo Museu de História Natural de Londres para exibir a pedra e pelo Discovery Channel, que está interessado em fazer um documentário sobre ela.

A empresa com sede em Vancouver não tem pressa em vendê-la porque não possui dívidas.

“O setor de diamantes não está repleto de oportunidades, por isso correr lá fora para vendê-lo é algo que realmente não faz sentido”, disse Lamb. “Temos tempo de estudar qual é a melhor forma de vendê-lo. Não vendê-lo, na verdade, também é uma opção”.

A mina Karowe da Lucara, em Botsuana, rivaliza com a operação Letseng da Gem Diamonds Ltd. em Lesoto como melhor lugar para encontrar as maiores e melhores pedras.

A Gem Diamonds detinha o recorde anterior da maior pedra descoberta neste século, com a Lesotho Promise, de 603 quilates.

Em julho, a Lucara vendeu um diamante de 341,9 quilates e uma gema de 269,7 quilates por pouco mais de US$ 60.000 por quilate. A Gem Diamonds negociou uma pedra de 357 quilates por US$ 19,3 milhões em setembro.

Sobras valiosas

Além de uma única pedra polida “significativa”, haverá pedaços de sobra de 20 ou 30 quilates avaliados em milhões de dólares cada um, disse Lamb. O Lesotho Promise produziu 26 diamantes perfeitos, incluindo uma gema em formato de pérola de 76,4 quilates.

A sorte também entrou em cena. A empresa poderia nunca ter conseguido o diamante se não tivesse recentemente aumentado o tamanho dos buracos, em sua mina, que permitem que a gema caia por eles em vez de ser esmagada juntamente com a rocha escavada no solo.

A Lucara agora consegue apanhar gemas de até 1.800 quilates e precisa decidir se vale a pena investir na expansão da capacidade para 3.000 quilates.

Haverá mais pedras de mais de 1.000 quilates por lá?

“Não há números estatísticos reais que possam ser utilizados para isso”, disse Lamb. “Trata-se de uma absoluta anomalia. É um ponto muito fora da curva”.

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