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Cemig priorizará aquisições por metas de geração de caixa

A mineira aposta principalmente em aquisições em geração e transmissão de energia elétrica para recompor o fluxo de caixa


	Usina Hidrelétrica da Cemig: em maio, a Cemig apresentou aos acionistas a meta de apresentar uma geração de caixa de 4,6 bilhões a 5,9 bilhões de reais entre 2016 e 2019
 (Divulgação)

Usina Hidrelétrica da Cemig: em maio, a Cemig apresentou aos acionistas a meta de apresentar uma geração de caixa de 4,6 bilhões a 5,9 bilhões de reais entre 2016 e 2019 (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 18h00.

São Paulo - A mineira Cemig aposta principalmente em aquisições em geração e transmissão de energia elétrica para recompor o fluxo de caixa mesmo em um cenário em que tenha de devolver ao governo as hidrelétricas de Jaguara, São Simão e Miranda, devido ao final dos períodos de concessão, disse à Reuters nesta terça-feira um importante executivo.

Os contratos de concessão das duas primeiras usinas venceram, respectivamente, em agosto de 2013 e janeiro de 2015, enquanto o da última se encerra em dezembro de 2016, mas a Cemig ainda tenta na Justiça manter o controle dos ativos, que hoje respondem por 34 por cento do seu parque gerador.

De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Cemig, Luiz Fernando Rolla, o investimento será puxado por empresas na qual a estatal mineira tem sócios privados, como a Renova, braço de energias renováveis que tem como parceira a norte-americana SunEdison, e a Aliança, uma sociedade com a mineradora Vale que foca principalmente em hidrelétricas.

"Geração é uma prioridade. Em hidráulicas (a expansão) vai ser através da Aliança, e em renováveis pela Renova. A prioridade das duas é a mesma, e temos de um lado a SunEdison e de outro a Vale, que têm capacidade financeira de tocar os projetos. Temos uma confiança muito grande de que vamos crescer muito rápido através desses veículos", afirmou Rolla.

Ele disse que a Aliança, hoje com cerca de 1,2 gigawatts em operação, "deve chegar rapidamente a quase 3 gigawatts, em dois anos, em função de todos projetos e aquisições a serem feitos". Já no segmento de transmissão o veículo de crescimento da Cemig é a Taesa, na qual a mineira divide o controle com o fundo de investimentos Coliseu.

"A Taesa já tem algumas transações que estão sendo analisadas e podem resultar em aquisição nos próximos anos", apontou o diretor.

Em maio, a Cemig apresentou aos acionistas a meta de apresentar uma geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de 4,6 bilhões a 5,9 bilhões de reais entre 2016 e 2019, contra um resultado esperado para 2015 entre 5,4 bilhões de reais e 6,8 bilhões de reais.

Segundo Rolla, a estratégia para alcançar o objetivo "é utilizar os veículos na medida em que eles têm disponibilidade de recursos", sendo que eventuais aportes extras necessários poderiam ser feitos pela Cemig holding.

Ele não detalhou os potenciais alvos da Cemig em geração ou transmissão.

LEILÕES TAMBÉM NO RADAR

A Cemig também não descarta participar dos leilões promovidos pelo governo, embora esse meio seja visto como menos ágil para a rápida expansão pretendida.

"Naturalmente, a gente sempre se preocupa em participar desses leilões à caça de oportunidades de crescimento, mas (os novos projetos) demandam investimentos muito grandes, talvez um aumento de endividamento e também uma geração de caixa mais postergada em função do prazo de construção", explicou Rolla.

O executivo ainda ponderou que os leilões, tanto em geração quanto em transmissão, precisam de aperfeiçoamentos para atrair maior participação dos investidores, principalmente privados.

Como exemplo, ele citou o resultado do último certame de transmissão, no qual apenas quatro dos onze lotes de linhas ofertados receberam propostas.

"Isso é uma clara indicação de que, vis a vis o risco que o Brasil impõe aos investidores, é preciso alguma coisa ser mudada", disse Rolla.

Segundo ele, o principal ponto de preocupação é em relação ao licenciamento ambiental, um processo que responde pela maior parte dos atrasos de obras no setor elétrico.

Outro leilão que está na mira da Cemig é o que, em outubro, ofertará a concessão de hidrelétricas existentes, cujos contratos já venceram.

Um dos lotes do certame inclui usinas da Cemig, como Três Marias, Gafanoto e Marmelos, sendo que levará a concessão dos empreendimentos a empresa que apresentar uma proposta com a combinação da menor tarifa final para o consumidor e o maior prêmio de outorga, a ser pago ao governo federal.

Não estão incluídas no leilão de outubro as hidrelétricas de Jaguara, São Simão e Miranda, em meio à disputa judicial da Cemig com o governo.

A União espera arrecadar até 17 bilhões de reais com o leilão, segundo o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Em troca da bonificação, os vencedores poderão vender até 30 por cento da energia das usinas no mercado livre de eletricidade, aumentando os ganhos.

Segundo Rolla, o formato "proporciona um interesse maior da Cemig", mas a empresa está analisando se apresentará proposta.

A arrecadação esperada pelo governo com a licitação é vista pelo executivo como "um pouco alta" devido ao atual cenário do país, em que há dificuldade de captação de recursos, e até pelo pouco tempo disponível até o evento.

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