Com o negócio, a Light passará a integrar o bloco de controle da Renova, juntamente com a RR Participações, que irá deter 36,3% da companhia após a conclusão da operação (Bia Parreiras/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2011 às 11h55.
São Paulo - O ingresso da Light no capital social da Renova Energia trará maior equilíbrio à futura geração de caixa da companhia. Esse é um dos principais objetivos por trás da operação anunciada ao mercado na última sexta-feira pelas partes. "Nós havíamos assumido o compromisso com os acionistas da Light de dar mais condições à empresa de expandir em geração, exatamente para que a companhia tivesse um fluxo de caixa mais previsível. Com essa operação, estamos implementando essa política", afirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, que participa hoje do 13º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercados de Capitais, promovido pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).
Pelos termos da operação, a Light aportará R$ 360 milhões na Renova Energia, o que levará a companhia a deter 26,2% de participação acionária na empresa de investimentos em fontes alternativas. Com o negócio, a Light passará a integrar o bloco de controle da Renova, juntamente com a RR Participações, que irá deter 36,3% da companhia após a conclusão da operação. Atualmente, a Renova tem 42 megawatts (MW) de projetos em operação, além de 456 MW negociados em leilão e em fase de implantação.
No fim de 2010, a contribuição dos segmentos de geração e comercialização de energia para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Light era de 16%, enquanto que o setor de distribuição correspondia por 84%. Com a incorporação da participação da Renova, a expectativa da companhia é de que, em 2014, as áreas de geração e comercialização representem 44% do Ebitda, e a distribuição, 56%. Isso, inclusive, terá o impacto positivo de mitigar os efeitos negativos da revisão tarifária da Light, que ocorrerá em novembro de 2013.
Antes de realizar o investimento da Renova, Rolla lembrou que a Cemig, acionista controlador da Light, já vinha iniciando o desenvolvimento de algumas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) com a companhia. "Porém, isso era de forma gradativa, porque o capital da Light que podia ser dedicado à geração era muito restrito, tendo em vista que a empresa tinha um peso pequeno nessa área. A Light precisava de uma parceria nessa área", justificou o executivo.
Com a entrada na Renova, Rolla destacou que a Renova deverá ser o veículo de investimento da Cemig e da Light no setor de energias renováveis, como PCH, usinas eólicas e térmicas a biomassa. "A Renova tem tido sucesso nos leilões, e não há justificativa para não utilizá-la para essa finalidade. A prioridade será a Renova, mas, eventualmente, um ou outro projeto pode ser feito de maneira diferente", explicou o diretor da Cemig.