Cemig afasta superintendente e gerentes após denúncia junto ao MP
A companhia disse que tomou a iniciativa após ser procurada pelo MP, que requisitou informações sobre uma denúncia, sem fornecer maiores detalhes sobre o caso
Reuters
Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 15h28.
Última atualização em 12 de janeiro de 2021 às 15h28.
A estatal Cemig afastou do cargo uma série de gestores de sua área de Suprimentos e Logística, após ter recebido uma denúncia feita junto ao Ministério Público de Minas Gerais, disse a companhia à Reuters nesta terça-feira.
A Reuters havia publicado mais cedo, com informação de fontes, que a empresa controlada pelo governo mineiro decidiu afastar uma série de funcionários de carreira com cargo de gerência na semana passada, sem detalhar motivos.
Procurada, a companhia disse que tomou a iniciativa após ser procurada pelo MPMG, que requisitou informações sobre uma denúncia, sem fornecer maiores detalhes sobre o caso.
"A Cemig esclarece que o afastamento em caráter preventivo do superintendente e de quatro gerentes da Superintendência de Suprimentos e Logística, todos funcionários de carreira da empresa, foi motivado por denúncia recebida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)", afirmou.
"O MPMG decretou sigilo do inquérito. A Cemig, em observância aos rigorosos controles a que está sujeita, investigará as denúncias recebidas e cooperará com o MPMG", acrescentou a companhia, que não abriu mais informações sobre a denúncia.
Mais cedo, duas fontes disseram à Reuters que um dos afastados, na sexta-feira passada, foi o superintendente de Suprimento e Logística, Paulo Vanelli.
Uma terceira fonte disse que gestores das áreas jurídica, de comunicação e de suprimentos também foram impactados, embora não seja possível saber se todos movimentos estão relacionados.
"São uns 15 gestores, entre superintendentes e gerentes, que foram afastados de seus cargos... todos com carreira na Cemig", disse.
Não foi possível contato com Vanelli ou os demais empregados. O Ministério Público Estadual de Minas Gerais não respondeu a um pedido de comentários enviado na manhã desta terça-feira.
Os funcionários não foram demitidos e seguem trabalhando na Cemig, mas foram afastados de seus cargos e funções originais e ainda não há informações sobre como e se serão substituídos, disse a terceira fonte.
A movimentação vem cerca de um ano após uma mudança no comando da Cemig, que desde janeiro de 2020 é presidida pelo economista Reynaldo Passanezi Filho, ex-CEO da transmissora de energia Cteep.
A Cemig é controlada pelo Estado de Minas Gerais, do governador Romeu Zema (Partido Novo), que já admitiu que tem como objetivo levar adiante uma proposta de privatização da companhia.