Celebridades são criticadas pelo uso excessivo de jatinhos
As aeronaves da cantora Taylor Swift, do boxeador Floyd Mayweather e da apresentadora Oprah Winfrey, entre outras figuras conhecidas, emitiram 3.376,64 toneladas de CO2, em média, de janeiro para cá
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2022 às 09h30.
Última atualização em 25 de agosto de 2022 às 09h47.
De acordo com a consultoria Yard, Taylor Swift anda desafinando bastante. Pelo menos em matéria de sustentabilidade. No ranking das celebridades que mais emitiram CO2 neste ano em virtude de seus jatinhos particulares, a cantora ocupa a dianteira.
Elaborado pela Yard e divulgado há pouco, o levantamento constatou que a aeronave de Taylor voou 170 vezes desde janeiro, ficando quase 22 mil minutos no ar (ou 15,9 dias).
E olhe que a cantora não esteve em turnê recentemente. Em média, cada voo durou 80 minutos. O mais curto, entre Missouri e Nashville, nos Estados Unidos, demorou 36 minutos. Tudo somado, o jatinho da cantora emitiu 8.293,54 toneladas de CO2 — 1.184,8 vezes mais do que uma pessoa emite, em média, a cada ano.
Jatinhos emitem quanto de CO2?
O ranking não resultou no “cancelamento” de Taylor, mas motivou uma enxurrada de críticas nas redes sociais. Jatos particulares, afinal, emitem mais de 33 milhões de toneladas de gases de efeito estufa por ano – mais do que a Dinamarca.Em relação aos aviões comerciais, poluem de 5 a 14 vezes mais – levando em conta, claro, a proporção de passageiros. E são 50 vezes mais poluentes do que os trens.
Mais: metade das emissões relacionadas a voos é atribuída a mero 1% da população global. Em defesa da cantora, um membro de sua equipe declarou que o jato dela é emprestado regularmente a outras pessoas. “Atribuir a maioria ou todas essas viagens a ela é descaradamente incorreto”, declarou o porta-voz.
“É fácil se perder na vida deslumbrante dos ricos e famosos, mas, infelizmente, eles são uma grande parte do problema de CO2 relacionado à aviação”, declarou Chris Butterworth, diretor de sustentabilidade da Yard, justificando a importância do ranking. “A aviação é responsável por 2,4% do CO2 produzido pela humanidade a cada ano. Em relação a voos, viagens e até emissões gerais, há uma grande divisão entre os super-ricos e o resto de nós”.
Os jatinhos das celebridades
A Yard debruçou-se sobre 1.500 voos de celebridades. Ao divulgar os resultados, alertou que não tem como dizer se elas estavam a bordo ou não de suas aeronaves quando estas decolaram.
Em conjunto, os aparelhos analisados emitiram 3.376,64 toneladas de CO2, em média, de janeiro para cá. É um volume 482,37 vezes maior do que a média anual de emissões de cada habitante. Tempo médio dos voos das celebridades: 71,77 minutos.
O segundo lugar do ranking foi atribuído ao boxeador Floyd Mayweather, apontado como o esportista mais bem pago da última década. Seu jato particular teria emitido 7.076,8 toneladas de CO2 (ou 1.011 vezes mais do que a média anual de todo mundo).
Das aeronaves das celebridades, a dele foi a que mais decolou em 2022 – 177 vezes ou quase 1 vez a cada dia. O voo mais curto do atleta levou 10 minutos e emitiu 1 tonelada de CO2.
Depois que o ranking foi publicado, um advogado de Jay-Z, apontado como o terceiro maior poluidor, disse que o jato analisado pela Yard não pertence ao marido da Beyoncé.
As demais colocações, respectivamente, foram atribuídas ao jogador de beisebol Alex Rodriguez; ao cantor Blake Shelton; ao diretor Steven Spielberg; a Kim Kardashian; ao ator Mark Wahlberg; à apresentadora Oprah Winfrey; e ao rapper Travis Scott.
Com ou sem críticas, ninguém espera que figuras como essas vão trocar seus jatinhos por voos regulares da noite para o dia. Algumas celebridades, no entanto, têm apostado em aeronaves compartilhadas. É o caso da influenciadora digital Silvia Bussade Braz, que tem 1,2 milhão de seguidores no Instagram.
A brasileira arrematou uma das cotas do primeiro Pilatus PC-24 da Amaro Aviation, a companhia área do empresário e colecionador de arte Marcos Amaro. É uma escolha um pouco mais sustentável do que dispor de um avião para uso exclusivo (em matéria de emissões, é verdade, são elas por elas). A fração custou cerca de US$ 3,2 milhões e dá direito a umas 250 horas de voo por ano.