água (Image Source)
Agência O Globo
Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 09h54.
Última atualização em 28 de janeiro de 2020 às 09h57.
Rio — A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) está sendo formalmente acusada de não fornecer água potável para seus funcionários. Isso é o que diz duas de cinco denúncias contra a companhia apresentadas pelo Ministério Público do Trabalho.
Segundo a procuradora Isabella Gameiro da Silva, responsável pelos inquéritos, “o problema é inusitado por ser uma autarquia cuja função é o abastecimento de água”.
Uma das denúncias deu origem a uma ação em 2009, e a Cedae já foi condenada, em segunda instância, por manter filtros fora da validade e, em alguns casos, não ter bebedouro com água potável para funcionários.
A decisão em favor do Ministério Público do Trabalho foi deferida em agosto do ano passado pela 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho. A ré ainda pode recorrer da sentença no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A Cedae informou que “os inquéritos relatados estão em andamento e os esclarecimentos estão sendo prestados ao Ministério Público do Trabalho”.
"Chega a ser uma ironia o funcionário da Cedae não ter água potável para beber. A companhia já foi condenada, mas vem recorrendo. Essa ação judicial de 2009 abrange estações de tratamento de água, escritórios e postos de atendimento. Não é apenas a questão da água potável. Também questionamos o fato de a companhia não ter implementado uma proposta de proteção a riscos ambientais, ou seja, não criar medidas para evitar que o funcionário tenha a sua saúde afetada", disse a procuradora.
De acordo com Isabella Gameira da Silva, peritos do Ministério Público do Trabalho flagraram o problema durante inspeções em várias instalações da Cedae. Entre os locais visitados estão as estações de tratamento do Leblon, de São Conrado e Alegria (Caju), entre outras.
Um dos inquéritos sobre a falta de água potável na empresa foi aberto em 2018 é referente à Unidade de Referência dos Macacos, no Horto.
"Os funcionários não tinham nem iluminação para executar o trabalho. Usavam a lanterna do celular para chegar à caixa d’água onde colhiam amostras para testes de qualidade", contou Isabella Gameiro da Silva