A CCR também está avaliando participar de licitações de aeroportos e ferrovias, afirmou o diretor financeiro da empresa (Valéria Gonçalves/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2013 às 20h26.
São Paulo - A CCR, com atuação no setor de concessão de rodovias, irá aguardar o novo edital de licitação das BR-040 e BR-116 para decidir se participará da disputa depois que o governo adiou a realização do leilão de concessão, disse o diretor financeiro da empresa, Arthur Piotto, em entrevista a Reuters.
Segundo ele, a empresa estava pronta para participar da licitação, que deveria ocorrer nesta quarta-feira e que foi adiada na semana passada pelo governo.
"Nós estávamos prontos para participar, mas houve esse cancelamento", disse o executivo nesta segunda-feira.
"Nesse momento, a gente precisa aguardar para ver o que o governo pretende fazer. A gente não sabe se haverá alguma alteração no edital. Então, hoje, fica difícil falar se vamos participar ou não, porque nós não sabemos se algo vai ser modificado." A licitação foi adiada na sexta-feira devido a mudança de cenário proporcionada pela ampliação das possibilidades de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para incluir projetos de infraestrutura.
O leilão será o primeiro da safra de concessões que integram o programa voltado para rodovias e ferrovias lançado pelo governo em agosto.
O trecho da BR-040 a ser concedido vai de Brasília, no entroncamento com a BR-251, e se estende até Juiz de Fora (MG). A extensão total dessa rodovia no lote é de 936,8 quilômetros.
Já o trecho da BR-116 vai da divisa entre Bahia e Minas Gerais até a divisa de Minas com o Rio de Janeiro. A extensão total é de 816,7 quilômetros.
O executivo afirmou que a empresa não tinha uma preferência entre as duas rodovias, e evitou dizer se a CCR foi uma das companhias que solicitou o adiamento do leilão.
Para Piotto, a mudança no PSI não influencia na decisão de participar ou não da licitação. "Condição de financiamento para projetos no Brasil não define se projeto é atrativo. O que define isso são as condições de rentabilidade, de custo".
Segundo Piotto, a CCR também avalia a participação em licitações de outras modalidades de infraestrutura, como aeroportos e ferrovias, mas não irá tomar nenhuma decisão enquanto os editais dessas licitações não forem publicados.
"Nós vamos estudar todos", afirmou. "(Mas) nós vamos esperar que os editais sejam publicados para que a gente tenha uma visão mais apurada das necessidades ou da atratividade dessas oportunidades", adicionou.
O executivo ressaltou que a CCR avalia indicadores financeiros como taxa interna de retorno, investimentos e as expectativas de tráfego na decisão sobre participar ou não de uma licitação.
LICITAÇÃO EM SANTA CATARINA
A CCR também participa de uma licitação em Santa Catarina para o transporte entre a ilha de Florianópolis e a parte continental da capital catarinense. Sua proposta preliminar está entre as selecionadas, mas o diretor financeiro se mantém cauteloso.
"Está muito cedo, muito prematuro para que a gente tenha uma definição", disse ele, acrescentando que essa licitação representa iniciativas em outros estados fora do eixo principal da CCR. "A gente tende a comemorar, e ver como uma situação mais favorável, porque as perspectivas de negócios se ampliam".
OPORTUNIDADES INTERNACINAIS
Além das licitações no Brasil, a CCR permanece atenta a oportunidades internacionais, embora isso não seja sua prioridade.
"Olhar negócios fora do Brasil não é prioridade da companhia, mas a gente não pode se dar ao luxo de não olhar para outras oportunidades. Eventualmente pode ser que a gente encontre a porta certa que nos faça colocar um pé la fora", afirmou.
Recentemente, a CCR participou da licitação pela operadora de aeroportos de Portugal ANA, inicialmente em um consórcio com a Odebrecht e a portuguesa Brisa, que se retirou da disputa, e posteriormente com a gestora de aeroportos suíça Flughafen Zurich.
Quem venceu a disputa foi o grupo de construção francês Vinci por 3,08 bilhões de euros (4,1 bilhões de dólares).
"Era um ativo bom, que tinha comportamento operacional bastante interessante, e nós acreditávamos que tínhamos condições." "As oportunidades que vão ocorrer aqui no Brasil são de tal monta que nós preferimos concentrar as atenções aqui. Mas isso não quer dizer que a gente abandonou ou deu as contas ao exterior. O caso da ANA mostra que a gente continua olhando outras ideias de investimento, tanto na Europa quanto aqui... Se aparecer um bom negócio fora do Brasil, nós vamos estudar", ressaltou.