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Carros e eletrodomésticos ajudaram a CSN a não perder mais

Apetite do mercado interno fez empresa a vender mais aço, mas isso não foi suficiente para estancar queda de 85% no lucro


	Unidade da CSN no RJ: empresa acredita no aquecimento do mercado interno
 (Bia Parreiras/EXAME)

Unidade da CSN no RJ: empresa acredita no aquecimento do mercado interno (Bia Parreiras/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2012 às 11h43.

São Paulo - De julho a setembro, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) teve motivos para comemorar o prolongamento da redução do IPI para linha branca e veículos. Alimentadas pelo apetite desses setores - e também pela construção civil -, as vendas de aço cresceram 35% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 1,6 milhão de toneladas, número recorde para a companhia. Em teleconferência a analistas, a CSN atribuiu o resultado à sua estratégia de priorizar o mercado interno, e, em parte, à recomposição dos estoques feita pelas companhias.

Se a receita líquida de 4,3 bilhões de reais representou uma elevação de meros 3% em relação ao segundo trimestre do ano, no mercado doméstico a ascensão foi quase cinco vezes superior, chegando aos 14%. "O Brasil ainda tem cadeia automotiva compradora e linha branca mostrando crescimento na ordem de 15%. Também há espaço para expansão na construção civil, bens de capital e embalagens", afirmou David Salama, diretor de relações com investidores da companhia. "Mas a situação deve continuar muito difícil no que diz respeito à rentabilidade", reconheceu ele.

Ainda que o escoamento da produção no Brasil tenha ajudado a CSN a atravessar o trimestre em um momento cambaleante para a economia global, a companhia não foi poupada dos efeitos da diminuição no preço do minério de ferro. Hoje, a mineração responde por 21,6% da receita líquida da CSN. E a queda no valor da commodity para 82 dólares a tonelada ante uma média de 109 dólares no trimestre anterior espremeu as margens da empresa. Entre julho e setembro, o lucro líquido mergulhou 85% sobre igual período do ano passado, chegando a 159 milhões de reais.

Daqui para frente, a CSN espera reduzir o custo de produção para maximizar os ganhos, contando com o barateamento das matérias-primas, como carvão e sucata. "Nosso foco é mercado interno e tenho falado há mais de três anos que a nossa ambição é procurar produtos de maior valor agregado e não ter todos os ovos na mesma cesta, olhando para máquinas, bens de capital, construção civil, automóveis e linha branca", afirmou Luis Martinez, diretor comercial da CSN. "Não existe guerra por market share. O que existe no nosso caso é a busca por vender tudo que é produzido. Se é sustentável ou não não [manter os mesmos patamares de venda de aço], acredito que sim", completou.

A CSN também espera ver refletido no seu balanço o aumento de preços para os produtos siderúrgicos anunciado no começo de setembro. Segundo Martinez, o reajuste na ordem de 3,5% a 5% praticado na distribuição deverá ser sentido positivamente até o fim do ano.

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