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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
A rede francesa de supermercados Carrefour - segunda maior empresa do setor, em vendas, no mundo todo, atrás apenas do Wal-Mart - anunciou nesta quinta-feira (30/08) a abertura de capital de uma das suas subsidiárias, a Carrefour Property, responsável por uma extensa carteira de propriedades como prédios das próprias lojas e terrenos, segundo informações do jornal britânico Financial Times (FT).
Entre 2007 e 2008, a companhia fará uma oferta pública inicial (IPO, em inglês) de parte das ações da subsidiária, correspondentes a um valor em torno de 3 bilhões de euros, em propriedades. A parcela é relativamente pequena, diante do valor total das propriedades da empresa, estimado em 20 a 24 bilhões de euros, e confirma a intenção anunciada pelos próprios executivos de manter o controle majoritário da subsidiária. Em resposta ao comunicado, as ações do Carrefour subiram 3%, para 53 euros por papel, na Bolsa de Paris.
A venda das propriedades é apontada como a principal medida do Carrefour para alcançar a meta de aumentar o retorno do capital investido, de 20%, esse ano, para 22%, em 2010.
Além de ampliar o retorno, a abertura ao capital externo também ajudará a financiar um fundo de 4,5 bilhões de euros para a recompra de ações. Os outros 1,5 bilhões de euros necessários para chegar a esse valor virão da venda de outros ativos, entre esse ano e o próximo.
Mudança de direção
O IPO do Carrefour deu sinais aos investidores de que as estratégias de investimento da empresa passaram a ser influenciadas pelos mais recentes acionistas da companhia, a empresa de gestão de fundos Colony Capital e o homem mais rico da França, Bernard Arnault. Há seis meses, eles compraram, no total, 9,1% dos papéis da empresa.
Segundo o FT, as especulações sobre o peso dos novos acionistas surgiram depois de o Colony Capital anunciar interesse na rede de hotéis Accor. Para alguns analistas, isso ajudaria a pressionar o Carrefour a se desfazer de prédios e terrenos, como forma de ganhar liquidez.
A posição atual de venda de propriedades contrasta com declarações do executivo-chefe da companhia, Jose Luis Duran, de que a venda de propriedades por parte de grandes redes de varejo traria o risco de elevação dos custos operacionais dos supermercados, caso os futuros proprietários dos prédios aumentassem o valor do aluguel.
Isso diminuiria os ganhos do Carrefour e poderia reduzir o ritmo de crescimento da comapanhia. Conforme divulgado pela empresa também nesta quinta-feira, o lucro global da rede subiu 3,3% no primeiro semestre de 2007 e alcançou 729 milhões de euros. O faturamento, por sua vez, aumentou 5,5%, para 38 bilhões de euros.