Negócios

Cargill reforça vendas em R$ 700 mi com atomatados da Unilever

Unidade de atomatados comprada da Unilever vai elevar em 40% o faturamento da Cargill

Pomarola: marca de molho de tomate agora passa ao controle da Cargill (Divulgação)

Pomarola: marca de molho de tomate agora passa ao controle da Cargill (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2011 às 17h29.

São Paulo - A Cargill conclui, nesta terça-feira (1/3), a compra da unidade de atomatados (molhos e extratos) da Unilever. O negócio foi fechado em setembro por 600 milhões de reais e, ontem, a Cargill assumiu formalmente o comando da fábrica. A aquisição vai representar um incremento de 700 milhões de reais no faturamento da Cargill na área de produtos de consumo, que inclui, também, óleos e azeites, entre outros.

A cifra equivale a um acréscimo de 40% sobre o que a Cargill já fatura na unidade de consumo. “A área de atomatados apresenta muitas sinergias para nossas equipes de venda e distribuição, por exemplo”, afirma Rubens Pereira, gerente geral da unidade de produtos de consumo da Cargill.

Entre as marcas que passaram para o controle da Cargill, estão os molhos de tomate Pomarola e Tarantella, o extrato de tomate Elefante, e a polpa de tomate Pomodoro. “O portfólio de atomatados que adquirimos conta com marcas líderes”, diz.

No segmento de molhos de tomate, a Cargill passa a deter 30% de mercado. Segundo Pereira, há potencial para crescer nessa área. As marcas adquiridas chegaram a somar mais de 40% de participação, mas perderam mercado diante do avanço da concorrência e da rápida migração dos consumidores para as embalagens flexíveis – aquelas que parecem um sachê. “Queremos recuperar a participação que essas marcas já tiveram”, afirma Pereira.


Já no mercado de extratos de tomate vem sofrendo uma pequena retração. A melhoria da renda dos consumidores os levou a preferir os molhos prontos, já que os extratos ainda precisam ser temperados antes de servir. Segundo Pereira, a estratégia é “educar o consumidor para outros usos dos extratos, em situações em que eles são mais adequados que os molhos.”

Investimentos

A unidade de atomatados vendida pela Unilever para a Cargill fica em Goiânia (GO). Trata-se da maior unidade de processamento de tomates da América Latina, com capacidade para tratar 140.000 toneladas por ano. A fábrica está dividida em duas linhas: a de embalagens flexíveis, que opera perto de seu limite de produção, e a de enlatados, que apresenta certa capacidade ociosa devido à mudança de hábitos do consumidor.

Pereira afirma que estão previstos investimentos para ampliar a capacidade da planta, sobretudo para atender à expansão da demanda por embalagens flexíveis. O total de recursos que serão aplicados, contudo, ainda não está definido, segundo o executivo.

A fábrica conta com 800 funcionários. Com isso, o total de empregados da Cargill no Brasil passará para 7.000.

Concorrência

Nesta quarta-feira (2/3), a americana Heinz anunciou a compra da fabricante de atomatados Quero por 1 bilhão de reais, conforme antecipou EXAME. Trata-se de mais um episódio da corrida dos pesos-pesados do setor de alimentos para ocupar espaços no Brasil.

Pereira preferiu não comentar diretamente o movimento do rival, mas afirmou que o Brasil “vive um momento de consolidação nesse mercado, já que o aumento de renda tornou o consumidor brasileiro mais atraente para as grandes empresas”.

Segundo dados da Nielsen, citados pela Cargill, o mercado de atomatados cresceu 16,2% entre 2007 e 2010. Além disso, trata-se de produtos com uma grande penetração nos domicílios, estando em mais de 70% deles. “Essa é uma categoria relevante de alimentos, e arrisco dizer que a consolidação não ficará apenas nisso”, diz Pereira.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoCargillEmpresasEmpresas americanasFusões e AquisiçõesGoiásTrigoUnilever

Mais de Negócios

A malharia gaúcha que está produzindo 1.000 cobertores por semana — todos para doar

Com novas taxas nos EUA e na mira da União Europeia, montadoras chinesas apostam no Brasil

De funcionária fabril, ela construiu um império de US$ 7,1 bilhões com telas de celular para a Apple

Os motivos que levaram a Polishop a pedir recuperação judicial com dívidas de R$ 352 milhões

Mais na Exame