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Caoa prepara anúncio da compra do BVA

Segundo fontes, presidente do grupo obteve a concordância da maioria dos credores à sua proposta de renegociação dos débitos do banco

Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente do Grupo Caoa, dono da rede de concessionárias da Hyundai (Lia Lubambo/EXAME/Exame)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2013 às 10h26.

São Paulo - O presidente do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da rede de concessionárias Caoa, pode anunciar hoje ou amanhã a compra do Banco BVA , que está sob intervenção desde outubro do ano passado e do qual era o maior credor. Segundo fontes ligadas à negociação, Andrade já obteve a concordância da maioria dos credores à sua proposta de renegociação dos débitos do banco e tem o sinal verde do antigo controlador, Ivo Lodo, no fim de semana.

A operação teria recebido sinal verde do Banco Central (BC), de maneira informal. ”Depende apenas dele, Andrade, o anúncio”, diz um executivo que acompanhou a negociação.

Andrade teria cerca de R$ 500 milhões a receber em CDBs do BVA, o maior valor atrás apenas do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Segundo informações divulgadas pelo grupo, Andrade teria conseguido a adesão de 90% dos credores do banco, oferecendo pagamento à vista de 35% do valor da dívida e de mais 35%, dependendo do sucesso na recuperação do banco.

Sem experiência no mercado financeiro, Andrade deverá contar com o apoio do Banco Plural, que assessorou o empresário nas negociações, para tocar o BVA, que deverá se tornar o braço financeiro das revendas de automóveis da marca coreana Hyundai e da japonesa Subaru.

Médico de formação, natural de Campina Grande, Paraíba, Andrade construiu um império no setor de revenda de automóveis, primeiro da marca Ford, depois da Renault - com quem brigou ao ser posto de escanteio quando a fabricante francesa resolveu construir sua fábrica no Brasil – e agora, com as marcas coreana e japonesa. Há alguns anos, realizou seu sonho e construiu uma fábrica em Goiás para a montagem do coreano Tucson.

O BVA tem cerca de 5 mil credores. No começo do mês, o grupo Caoa chegou a anunciar que a negociação havia fracassado, mas na semana passada começaram a circular informações sobre a retomada das negociações e o provável acordo.


O BVA não é a primeira experiência da Caoa com bancos quebrados. A empresa era também uma das principais credoras do Banco Santos, que sofreu intervenção em novembro de 2004, e que cobrava do grupo R$ 180 milhões. O empresário, por sua vez, negou as dívidas e alegou que os contratos de empréstimos foram forjados pelo banco.

Anteriormente, Andrade foi condenado em 2002 por prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional (empréstimo fraudulento) pelo Tribunal Regional Federal da 3a Região, depois de ter sido absolvido em juízo de primeiro grau. A acusação alegou que Andrade teria recebido empréstimos irregulares de um consórcio no inicio dos anos 1990.

Condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto, recorreu em 2004 ao Supremo Tribunal Federal, que negou um pedido de habeas corpus. A defesa entrou com novos recursos no Supremo até que, em 2011, o tribunal considerou que a ação havia prescrito.

Em outro processo, mais antigo, Andrade foi acusado de mandar matar o comerciante sueco Robert Oliver Hallqvist, assassinado a tiros em 1995. O comerciante mantinha um romance com a ex-namorada de Andrade, Luciana Figueiredo Lobo.

O Grupo Caoa publicou anúncios em vários jornais negando as acusações e admitindo que o empresário havia tido, “por um curto período, vínculo afetivo com a Srta. Luciana”. “Encerrado esse relacionamento, o presidente do Grupo Caoa recompôs sua vida afetiva ao lado de outra pessoa”. A empresa afirmava ainda que era “lastimável que um amontoado de hipóteses descabidas tenha assumido as proporções escandalosas que alcançou”.

O empresário acabou, porém, sendo acusado de tentar subornar dois policiais que investigavam o caso, mas a condenação foi revogada.

Procurada, a assessoria do Grupo Caoa não retornou os pedidos de informações do blog Arena. A assessoria do Banco Plural disse que não vai comentar as negociações.

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São Paulo - O presidente do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da rede de concessionárias Caoa, pode anunciar hoje ou amanhã a compra do Banco BVA , que está sob intervenção desde outubro do ano passado e do qual era o maior credor. Segundo fontes ligadas à negociação, Andrade já obteve a concordância da maioria dos credores à sua proposta de renegociação dos débitos do banco e tem o sinal verde do antigo controlador, Ivo Lodo, no fim de semana.

A operação teria recebido sinal verde do Banco Central (BC), de maneira informal. ”Depende apenas dele, Andrade, o anúncio”, diz um executivo que acompanhou a negociação.

Andrade teria cerca de R$ 500 milhões a receber em CDBs do BVA, o maior valor atrás apenas do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Segundo informações divulgadas pelo grupo, Andrade teria conseguido a adesão de 90% dos credores do banco, oferecendo pagamento à vista de 35% do valor da dívida e de mais 35%, dependendo do sucesso na recuperação do banco.

Sem experiência no mercado financeiro, Andrade deverá contar com o apoio do Banco Plural, que assessorou o empresário nas negociações, para tocar o BVA, que deverá se tornar o braço financeiro das revendas de automóveis da marca coreana Hyundai e da japonesa Subaru.

Médico de formação, natural de Campina Grande, Paraíba, Andrade construiu um império no setor de revenda de automóveis, primeiro da marca Ford, depois da Renault - com quem brigou ao ser posto de escanteio quando a fabricante francesa resolveu construir sua fábrica no Brasil – e agora, com as marcas coreana e japonesa. Há alguns anos, realizou seu sonho e construiu uma fábrica em Goiás para a montagem do coreano Tucson.

O BVA tem cerca de 5 mil credores. No começo do mês, o grupo Caoa chegou a anunciar que a negociação havia fracassado, mas na semana passada começaram a circular informações sobre a retomada das negociações e o provável acordo.


O BVA não é a primeira experiência da Caoa com bancos quebrados. A empresa era também uma das principais credoras do Banco Santos, que sofreu intervenção em novembro de 2004, e que cobrava do grupo R$ 180 milhões. O empresário, por sua vez, negou as dívidas e alegou que os contratos de empréstimos foram forjados pelo banco.

Anteriormente, Andrade foi condenado em 2002 por prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional (empréstimo fraudulento) pelo Tribunal Regional Federal da 3a Região, depois de ter sido absolvido em juízo de primeiro grau. A acusação alegou que Andrade teria recebido empréstimos irregulares de um consórcio no inicio dos anos 1990.

Condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto, recorreu em 2004 ao Supremo Tribunal Federal, que negou um pedido de habeas corpus. A defesa entrou com novos recursos no Supremo até que, em 2011, o tribunal considerou que a ação havia prescrito.

Em outro processo, mais antigo, Andrade foi acusado de mandar matar o comerciante sueco Robert Oliver Hallqvist, assassinado a tiros em 1995. O comerciante mantinha um romance com a ex-namorada de Andrade, Luciana Figueiredo Lobo.

O Grupo Caoa publicou anúncios em vários jornais negando as acusações e admitindo que o empresário havia tido, “por um curto período, vínculo afetivo com a Srta. Luciana”. “Encerrado esse relacionamento, o presidente do Grupo Caoa recompôs sua vida afetiva ao lado de outra pessoa”. A empresa afirmava ainda que era “lastimável que um amontoado de hipóteses descabidas tenha assumido as proporções escandalosas que alcançou”.

O empresário acabou, porém, sendo acusado de tentar subornar dois policiais que investigavam o caso, mas a condenação foi revogada.

Procurada, a assessoria do Grupo Caoa não retornou os pedidos de informações do blog Arena. A assessoria do Banco Plural disse que não vai comentar as negociações.

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