Negócios

Caoa fecha compra da fábrica da Ford no ABC Paulista

Ford encerra ao longo de 2019 a operação na fábrica de São Bernardo do Campo, que produzia principalmente caminhões

Ford: segundo fontes o investimento total da Caoa na transação é de cerca de R$ 1 bilhão (Ford/Divulgação)

Ford: segundo fontes o investimento total da Caoa na transação é de cerca de R$ 1 bilhão (Ford/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de setembro de 2019 às 07h30.

Última atualização em 3 de setembro de 2019 às 11h54.

São Paulo — O grupo brasileiro Caoa comprou a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O anúncio do negócio, antecipado em abril pelo Estado, será feito nesta terça-feira 3 às 15h, durante evento no Palácio dos Bandeirantes, pelo governador do Estado, João Doria, e representantes das duas empresas.

Não há detalhes sobre a transação, mas, segundo fontes o investimento total da Caoa na transação é de cerca de R$ 1 bilhão.

Em fevereiro, a Ford anunciou que encerraria ao longo de 2019 a operação da planta do ABC. A fábrica é a única da montadora que produz caminhões. O único automóvel produzido lá é o Fiesta.

A decisão reflete decisão global da empresa de sair do mercado de caminhões e de parar de produzir o Fiesta. A montadora permanecerá no Brasil com a fábrica de Camaçari, na Bahia, que produz o Ka e o EcoSport, e uma fábrica de motores em Taubaté, no interior de São Paulo.

Após o anúncio, o governador João Doria decidiu ajudar a Ford a encontrar um comprador. Algumas empresas manifestaram interesse, mas a Caoa foi a que conseguiu avançar nas negociações. No último dia 7 de agosto, o presidente da Ford para a América do Sul, Lyle Watters, disse a jornalistas que as negociações teriam um desfecho “em algumas semanas”.

Nesta segunda-feira, 2, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC publicou uma foto em seu site de uma reunião realizada pela manhã, na sede da Caoa, em São Paulo.

O texto que acompanha a imagem dizia: “Os metalúrgicos do ABC discutiram com a direção da empresa condições trabalhistas para a contratação de trabalhadores impactados pelo fechamento da unidade da Ford, caso a aquisição da planta de São Bernardo seja efetivada. As negociações estão avançadas.”

Em sua conta no Facebook, o ex-presidente do Sindicato, Rafael Marques, publicou a mesma foto. O texto, contudo, dizia que a reunião serviu para “acertar as questões trabalhistas para as futuras contratações advindas do anúncio (que está próximo) da aquisição da planta da Ford em São Bernardo do Campo (pelo Grupo Caoa)”.

Executivos do Grupo Caoa não quiseram comentar o assunto. Um porta-voz afirmou apenas que “as negociações estão em curso, mas nada foi decidido ainda”. Fontes ligadas ao negócio, contudo, confirmaram que o acordo foi selado.

Carro chinês

Após a conclusão do negócio, segundo apurou o Estado, a Caoa deve usar as instalações do ABC Paulista para montar automóveis de uma marca chinesa. O grupo brasileiro produz modelos da Chery no Brasil em duas unidades. De Jacareí (SP) saem o sedã Arrizo 5 e SUV compacto Tiggo 2. Em Anápolis (GO) são feitos os SUVs médios Tiggo 5X e Tiggo 7.

O grupo brasileiro fabrica, também em Anápolis, os SUVs médios ix35 e New Tucson, da Hyundai. A Caoa também é responsável pela importação de todos os modelos da marca sul-coreana. Além disso, representa a Subaru no País.

O presidente do grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, chegou a condicionar a compra da planta da Ford à aprovação da reforma da Previdência.

À época, ele disse que havia “grande possibilidade” de absorver os funcionários, mas que o investimento depende da negociação com sócios chineses, sindicato e fornecedores. “Só queremos que o governo resolva a Previdência e a crise fiscal para voltarmos a investir.

Acompanhe tudo sobre:CAOACarrosFordsao-paulo

Mais de Negócios

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia