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Caixa quer levantar fundo de R$ 4 bi em volta de FIDC

O banco está retornando ao mercado de fundo de investimento em direitos creditórios para tirar vantagem do apetite crescente dos investidores por risco


	Caixa: Caixa planeja levantar até R$ 4 bilhões (US$ 1,2 bilhão) para o FIDC que gerencia
 (Lia Lubambo/EXAME)

Caixa: Caixa planeja levantar até R$ 4 bilhões (US$ 1,2 bilhão) para o FIDC que gerencia (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2016 às 18h05.

A Caixa Econômica Federal, segundo maior banco do Brasil, está retornando ao mercado de fundo de investimento em direitos creditórios após dois anos de ausência para tirar vantagem do apetite crescente dos investidores por risco.

A Caixa planeja levantar até R$ 4 bilhões (US$ 1,2 bilhão) para o FIDC que gerencia, disse o banco em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no mês passado.

O FIDC da Caixa investirá na carteira de cartão de crédito consignado focada em pensionistas do INSS do Banco BMG.

O rendimento do fundo depende do desempenho da carteira de crédito e terá um piso de retorno de 6 por cento, mais o índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA), segundo o regulamento enviado à CVM.

“O custo de oportunidade está bem mais baixo”, disse Daniel Boueres Sandoval, gerente nacional de investidores corporativos da Caixa, em entrevista por telefone. Não existem muitas opções de rendimentos tão altos, por isso “o investidor que tem por objetivo superar o IPCA mais 6 por cento, a sua grande maioria, vai ter que olhar para outras alternativas de investimento para atingir suas metas”.

O mercado de FIDC está atraindo o interesse do investidor após um período de adaptação a normas mais rigorosas, disse Sandoval. Depois de uma série de fraudes relacionadas a carteiras de crédito de bancos de médio porte, como o Banco Panamericano, o Banco BVA e o Banco Cruzeiro do Sul, novas normas entraram em vigor em 2013 para evitar o repasse de pagamentos dos vendedores de recebíveis aos FIDCs por meio de suas próprias contas, dando aos custodiantes uma supervisão maior.

Desempenho relativo

As NTNs-B com vencimento em 2030 têm uma taxa de 6,12 por cento mais IPCA, uma queda de 1,34 ponto percentual em 2016. Ao mesmo tempo, o real se fortaleceu 18 por cento frente ao dólar, segundo melhor desempenho entre as principais moedas do mundo, e o Ibovespa subiu 20 por cento, a quarta melhor performance global, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Em 2012, o BMG formou uma joint venture com o Itaú Unibanco, o maior banco da América Latina em valor de mercado, para oferecer empréstimos consignados.

O empreendimento ficou com toda a carteira de empréstimos consignados do BMG, mas o banco criou uma carteira separada da joint venture, de cartão de crédito consignado. Essa carteira atingiu R$ 3,81 bilhões no primeiro trimestre do ano, mais do que o dobro do mesmo período do ano anterior, conforme o balanço do banco.

Um executivo do BMG, que tem sede em São Paulo, não quis comentar a oferta.

Devido à crise, os bancos brasileiros têm se concentrado em empréstimos consignados, que são considerados mais seguros porque podem deduzir o abatimento da dívida diretamente dos holerites dos tomadores do empréstimo.

A inadimplência acima de 90 dias do consignado dos pensionistas do INSS permanecia inalterada em 1,72 por cento em maio, quando comparada ao ano anterior, segundo o Banco Central. No mesmo período, a taxa referente aos recursos livres subiu para 5,85 por cento, o nível mais alto desde o início das medições do BC, há 5 anos.

No ano passado, os FIDCs levantaram R$ 5,44 bilhões, menor nível em sete anos, comparado ao recorde de R$ 17,4 bilhões em 2011, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Esses fundos totalizaram R$ 1,54 bilhão até esta altura do ano. Se a Caixa levantar o total de R$ 4 bilhões que pretende, o fundo seria o maior do Brasil desde 2002, segundo dados monitorados pela Anbima que não incluem colocações privadas.

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