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Caixa precisará de injeção de até R$ 25 bi, dizem fontes

A Caixa vai precisar de uma injeção de recursos do governo nos próximos 12 a 18 meses, dizem analistas

Agência da Caixa: banco necessita de uma injeção de capital de até R$ 25 bilhões (US$ 7 bilhões), ou cerca de 2 por cento da arrecadação federal em 2015, segundo um analista (Andrevruas/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2016 às 22h13.

Em seu primeiro mês como presidente interino do Brasil, Michel Temer enfrenta um déficit orçamentário recorde, uma dívida crescente, escândalos de corrupção e o vírus Zika .

E ainda assim pode ter que separar parte de seu tempo para pensar no resgate multibilionário do segundo maior banco do país.

A Caixa Econômica Federal, o banco estatal no qual o Brasil confia para ajudar a estimular a economia, vai precisar de uma injeção de recursos do governo nos próximos 12 a 18 meses, dizem analistas que estudaram seu balanço. A pior recessão em um século piorou a qualidade da carteira de empréstimos do banco com sede em Brasília, com alta das taxas de inadimplência ao mesmo tempo em que novas normas regulatórias estão elevando as exigências de capital.

O banco necessita de uma injeção de capital de até R$ 25 bilhões (US$ 7 bilhões), ou cerca de 2 por cento da arrecadação federal em 2015, segundo um analista de bancos do setor privado.

A injeção terá que ocorrer em 12 ou 18 meses, prevê o analista, que pediu para não ser identificado porque as estimativas não são públicas.

“O capital é a principal preocupação neste momento”, disse Arjun Bowry, analista da Bloomberg Intelligence, em entrevista, acrescentando que o governo “certamente” terá de cobrir o déficit. “Nos últimos 12 meses, o capital principal nível 1 da Caixa foi reduzido em 130 pontos-base. Isso não é sustentável”.

Bowry diz que o banco não gera lucros suficientes para cobrir a diferença e tem apenas um “espaço limitado” para aumentar as margens de lucro no crédito aos consumidores, que já enfrentam dificuldades para pagar suas dívidas. A receita com tarifas tem ficado abaixo das previsões e as vendas de ativos não farão uma diferença significativa para as necessidades de capital do banco, segundo ele.

Uma opção em análise seria transferir alguns negócios da Caixa para o Banco do Brasil, segundo outra das pessoas com conhecimento do assunto, que disse que as propostas ainda são muito preliminares.

De acordo com o plano, a Caixa continuaria oferecendo várias de suas atuais linhas de negócios, incluindo crédito imobiliário, e transferiria ao BB operações como crédito corporativo, disse essa pessoa, pedindo para também não ser identificada por discutir propostas que não são públicas. Na semana passada, a revista Exame reportou que havia em análise um plano de transferência de alguns ativos para o BB.

O novo presidente da Caixa, Gilberto Occhi, que assumiu em 1º de junho, disse após a sua cerimônia de posse que não vê necessidade de injeção de capital a curto ou médio prazos. Occhi disse que planeja encontrar novas fontes de recursos para o banco, como securitizações.

Um representante da Caixa não quis comentar sobre projeções de analistas para a necessidade de injeção de capital, nem sobre o plano de transferir alguns negócios para o Banco do Brasil.

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Em seu primeiro mês como presidente interino do Brasil, Michel Temer enfrenta um déficit orçamentário recorde, uma dívida crescente, escândalos de corrupção e o vírus Zika .

E ainda assim pode ter que separar parte de seu tempo para pensar no resgate multibilionário do segundo maior banco do país.

A Caixa Econômica Federal, o banco estatal no qual o Brasil confia para ajudar a estimular a economia, vai precisar de uma injeção de recursos do governo nos próximos 12 a 18 meses, dizem analistas que estudaram seu balanço. A pior recessão em um século piorou a qualidade da carteira de empréstimos do banco com sede em Brasília, com alta das taxas de inadimplência ao mesmo tempo em que novas normas regulatórias estão elevando as exigências de capital.

O banco necessita de uma injeção de capital de até R$ 25 bilhões (US$ 7 bilhões), ou cerca de 2 por cento da arrecadação federal em 2015, segundo um analista de bancos do setor privado.

A injeção terá que ocorrer em 12 ou 18 meses, prevê o analista, que pediu para não ser identificado porque as estimativas não são públicas.

“O capital é a principal preocupação neste momento”, disse Arjun Bowry, analista da Bloomberg Intelligence, em entrevista, acrescentando que o governo “certamente” terá de cobrir o déficit. “Nos últimos 12 meses, o capital principal nível 1 da Caixa foi reduzido em 130 pontos-base. Isso não é sustentável”.

Bowry diz que o banco não gera lucros suficientes para cobrir a diferença e tem apenas um “espaço limitado” para aumentar as margens de lucro no crédito aos consumidores, que já enfrentam dificuldades para pagar suas dívidas. A receita com tarifas tem ficado abaixo das previsões e as vendas de ativos não farão uma diferença significativa para as necessidades de capital do banco, segundo ele.

Uma opção em análise seria transferir alguns negócios da Caixa para o Banco do Brasil, segundo outra das pessoas com conhecimento do assunto, que disse que as propostas ainda são muito preliminares.

De acordo com o plano, a Caixa continuaria oferecendo várias de suas atuais linhas de negócios, incluindo crédito imobiliário, e transferiria ao BB operações como crédito corporativo, disse essa pessoa, pedindo para também não ser identificada por discutir propostas que não são públicas. Na semana passada, a revista Exame reportou que havia em análise um plano de transferência de alguns ativos para o BB.

O novo presidente da Caixa, Gilberto Occhi, que assumiu em 1º de junho, disse após a sua cerimônia de posse que não vê necessidade de injeção de capital a curto ou médio prazos. Occhi disse que planeja encontrar novas fontes de recursos para o banco, como securitizações.

Um representante da Caixa não quis comentar sobre projeções de analistas para a necessidade de injeção de capital, nem sobre o plano de transferir alguns negócios para o Banco do Brasil.

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