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Café que respeita as origens

Programa Nescafé Plan transforma a lavoura, aumenta a renda das comunidades e resulta em uma bebida melhor

Transformação: O cuidado com toda a cadeia produtiva estimula a economia sustentável e tem como resultado um café ainda melhor para os consumidores (Anna Fischer)
VD

Vanessa Daraya

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 19h20.

A sustentabilidade e o desenvolvimento social são cruciais para qualquer empresa de porte global do século 21. A relevância é tanta que, em 2015, as maiores corporações do mundo foram convocadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) a participar ativamente da Agenda de Desenvolvimento Sustentável 2030, que tem o objetivo de varrer do planeta a pobreza extrema e reduzir o aquecimento global. A ONU sabe que, sem a adesão das grandes empresas, essa meta é inalcançável. Antes mesmo desse chamado à ação, a multinacional Nestlé já vinha fazendo a sua parte. Tanto globalmente como no Brasil.

Desde 2010, a empresa desenvolve o Nescafé Plan, um programa de investimento na agricultura de comunidades locais de 20 países, com forte presença nas pequenas propriedades, normalmente gerenciadas por famílias. No projeto, os participantes recebem suporte para usar técnicas modernas e, assim, aumentar a produtividade, sem deixar de proteger os ecossistemas.

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No Brasil, o programa atua nos estados do Espírito Santo e da Bahia. Um dos resultados mais visíveis dessa iniciativa é o Nescafé Origens, uma série de edições especiais que indica de onde veio o grão. O projeto engloba diferentes versões limitadas, e a primeira, que chegou às prateleiras em outubro, foi produzida exclusivamente com grãos de Águia Branca, no Espírito Santo. “A Nestlé atua para garantir o padrão da matéria-prima e assegurar tanto a continuidade do fornecimento quanto a qualidade de vida dos nossos fornecedores”, afirma Pedro Malta, gerente de agricultura da empresa.

Mudas resistentes

O Nescafé Plan disponibiliza especialistas em agricultura para auxiliar todos os participantes da cadeia produtiva que têm contato com a matéria-prima – produtores, transportadores e comerciantes. Eles são orientados a atuar segundo o Código Comum para a Comunidade Cafeeira (4C). Recebem, com 25% de desconto, mudas de qualidade, mais resistentes a pragas e que precisam de menos irrigação. Assim ganham os produtores, que melhoram seu desempenho no campo, e também os consumidores, que têm acesso a um café de qualidade e que segue parâmetros de sustentabilidade.

Ações desse porte resultam em cadeias produtivas comprovadamente mais eficientes. Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) em conjunto com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, realizou 435 visitas a 103 fazendas de café brasileiras entre 2006 e 2014. Na análise, foi identificado que aquelas que fizeram um trabalho de gestão contínua experimentaram certo aumento de produtividade, assim como encontraram novos mercados para seus produtos.

Impacto reduzido

Parte do treinamento que a Nestlé oferece visa garantir a sustentabilidade do negócio no longo prazo. São realizados frequentemente cursos sobre práticas de gestão, eficiência da produção, saúde e segurança. Além disso, a empresa promove impactos de outras maneiras. Ao longo do processo produtivo, a companhia passou a utilizar fontes de energia menos poluentes e a converter a borra de café em combustível utilizado na linha de produção. Parte desses esforços acontece em níveis locais e reflete na qualidade de vida e na preservação dos ecossistemas. “O programa Nescafé Plan tem como base pilares utilizados pela Nestlé em todo o mundo, incluindo agricultura responsável, produção responsável e consumo responsável”, diz Pedro Malta.

-(Marcelo Andreguetti/Estúdio ABC)

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