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Cade questiona parceria de Bradesco e Cielo em maquininhas de cartão

Questionamento foi feito após Bradesco anunciar a “Bradesquinha”, no fim de abril. Banco do Brasil lançou a “BBzinha” nesta quinta (10)

Maquininha: com novos produtos, Cielo está tentando fazer frente ao aumento da concorrência, no mercado de aparelhos de cartão (Paulo Fridman/Bloomberg)

Maquininha: com novos produtos, Cielo está tentando fazer frente ao aumento da concorrência, no mercado de aparelhos de cartão (Paulo Fridman/Bloomberg)

NB

Naiara Bertão

Publicado em 10 de maio de 2018 às 15h37.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste brasileiro, pediu no dia 27 de abril explicações à operadora de meios de pagamento Cielo e ao banco Bradesco sobre a parceria firmada entre eles para a oferta e comercialização de máquinas de cartões de crédito e débito. Em ofício a que EXAME teve acesso, o Cade pede detalhes sobre como a parceria funcionará, questionando de quem será a responsabilidade pela venda e propriedade dos terminais, além de quais as condições de comercialização, incluindo valores de produtos, taxas, serviços oferecidos e público-alvo.

O questionamento foi feito depois que o Bradesco anunciou sua entrada no segmento de ‘maquininhas’ com a “Bradesquinha”, no fim de abril, aquecendo ainda mais uma mercado que ganha novos competidores a cada dia. O risco que o Cade avalia é se esta parceria pode favorecer as empresas em detrimentos de suas respectivas concorrentes no setor, já que a Cielo tem entre seus principais acionistas justamente os bancos Bradesco e Banco do Brasil. Nesta quinta-feira, foi a vez de o Banco do Brasil anunciar que vai lançar sua própria máquina de cartões, a “BBzinha”.

O Cade também perguntou sobre a forma como esses equipamentos serão comercializados pelo Bradesco, indagando se será em conjunto com outros produtos e serviços do banco, como pacotes de serviços, descontos condicionados ou programa de fidelidade, entre outros.

Por fim, questiona ainda se a venda de terminais pela Cielo está vinculada, de alguma forma, à manutenção do domicílio bancário pelo Bradesco, ou seja, se é o banco que centraliza as operações de antecipação de recebíveis, recebimento do pagamento dos clientes e repasse aos intermediários. Também pediu mais detalhes do contrato entre eles.

O ofício faz parte do inquérito administrativo 08700.001860/2016-51, iniciado em 16 de março de 2016 para investigar as relações de exclusividades existentes no credenciamento de algumas bandeiras. Estão sendo investigadas neste inquérito Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco.

Com novos produtos e novas formas de pagamento, a Cielo está tentando fazer frente ao aumento da concorrência, com novas entrantes no mercado de máquinas de cartão, como Stone, PagSeguro e Point, do Mercado Pago. Em janeiro, a Cielo comprou a Stelo, fabricante dessas maquininhas, para crescer na área. Ela já tinha 30% da empresa, mas os 70% restantes estavam nas mãos da Alelo, outra empresa do grupo.

O Cade explicou a EXAME que o prazo para resposta de Cielo e Bradesco foi estendido até amanhã, dia 11, a pedido das empresas.

A Cielo informou a Exame que “a iniciativa de máquinas co-branded com Bradesco é reflexo de uma prática já existente na companhia, que busca associar a força de marcas parceiras à marca da Cielo. Não há nenhuma alteração no modelo operacional da Cielo com os lojistas – a Cielo segue sendo responsável pela prestação de serviço junto ao lojista.” O Bradesco não comentou.

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