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Bunge ganha nesta 6ª feira nova rota de exportação

O complexo portuário Miritituba-Barcarena, no Pará, vai ajudar a desafogar os portos do Sul e Sudeste


	Terminal com grãos de soja, da Bunge: o novo complexo exigiu investimentos de R$ 700 milhões
 (GERMANO LUDERS)

Terminal com grãos de soja, da Bunge: o novo complexo exigiu investimentos de R$ 700 milhões (GERMANO LUDERS)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 10h43.

São Paulo - A gigante americana Bunge inaugura nesta sexta-feira, 25, uma outra rota de exportação no Brasil. O complexo portuário Miritituba-Barcarena, no Pará, vai ajudar a desafogar os portos do Sul e Sudeste e elevar a capacidade de transporte da Região Norte - sonho antigo dos produtores de soja e milho do Mato Grosso.

A expectativa é de que o novo caminho reduza em 20% o tempo de uma viagem para a Europa e, consequentemente, diminua o custo logístico.

O complexo, que exigiu investimentos de R$ 700 milhões, é formado por dois terminais e uma empresa de navegação. Numa ponta, fica a Estação de Transbordo de Miritituba, localizada nas margens do Rio Tapajós.

E na outra, o Terminal Portuário Fronteira Norte (Terfron), no Porto de Vila do Conde, em Barcarena.

Para fazer o transporte, foi criada uma empresa de navegação, em parceria com o grupo Maggi. A frota da companhia é de 50 barcaças e 2 empurradores (máquinas que empurram as barcaças).

Até Miritituba, a carga chegará de caminhão pela BR-163, num trajeto de aproximadamente 1,1 mil quilômetro.

Dali, será colocada em barcaças que percorrerão outro 1 mil quilômetro durante três dias de viagem - cada comboio terá 20 barcaças, suficiente para retirar 1 mil caminhões das estradas.

Chegando em Vila do Conde, os grãos serão armazenados no Terfron e, posteriormente, embarcados em navios de grande curso, rumo à Ásia ou à Europa.


Segundo o presidente da Bunge, Pedro Parente, o complexo começará a operar com capacidade de 2 milhões de toneladas - o que corresponde a 5% do que é transportado hoje pela região Norte por outras rotas, como a viagem de caminhão por toda extensão da BR-163 até os portos do Pará. 

Para 2015, a expectativa da companhia é de dobrar esse volume. Para isso, no entanto, a empresa depende da chegada de mais 40 barcaças e de um empurrador, o que está previsto para o fim do ano.

"Estamos criando uma rota de exportação muito próxima dos mercados consumidores. Barcarena está bem mais perto do Canal do Panamá e da Europa", afirma Parente.

O Canal do Panamá está passando por uma obra de expansão, que permitirá a navegação de navios de maior capacidade. A expectativa é de que a ampliação esteja 100% concluída até dezembro de 2015.

Rodovia

Parente conta que o projeto está nos planos da Bunge há mais de dez anos. A configuração atual é diferente do projeto inicial, que previa apenas a construção de um terminal em Barcarena.

Segundo o executivo, por um tempo, o empreendimento foi suspenso até a retomada da pavimentação da BR-163. "Há três anos retomamos os planos e agora estamos entregando o complexo."


O executivo reconhece que a condição da BR-163 ainda não é a melhor para o transporte. Apesar disso, a operação não será afetada, diz ele. 

Em fevereiro, o secretário executivo do Ministério dos Transportes, Miguel Mário Bianco Masella, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que cerca de 10% do trajeto entre Sorriso (MT) e Miritituba (PA)não tem asfalto. Nesse trecho, havia cerca de 20 quilômetros com atoleiros.

Na ocasião, ele afirmou que haveria uma força-tarefa, com ajuda do Exército, para cuidar dessas áreas.

Na avaliação de Edeon Vaz Ferreira, coordenador executivo do Movimento Pró Logística, formado por entidades dos setores agropecuário, industrial e comercial, a inauguração do complexo da Bunge é o pontapé para uma série de outros projetos que estão em andamento em Miritituba. No total, são cerca de dez projetos de estações de transbordo que levarão as cargas para diferentes portos, como Vila do Conde e Outeiro, no Pará, e Santana, no Amapá.

"Para os produtores, esses empreendimentos deverão representar uma queda de 34% no custo de transporte comparado ao escoamento pelo Porto de Paranaguá, no Paraná", afirma Vaz.

Por enquanto, essas rotas devem beneficiar os produtores do Mato Grosso. Mas, no caso da Bunge, a empresa vai buscar clientes em outras regiões, como Piauí e Tocantins. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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