BTG Pactual: "Não faremos nova proposta de fusão"
Em entrevista ao site de VEJA, o sócio do banco, Carlos Fonseca, afirma que conversas só serão retomadas se o Casino vier procurá-los
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2011 às 20h26.
São Paulo - Articulador da fusão mais polêmica dos últimos tempos, o banco BTG Pactual avisou que colocará o pé no freio e não irá, pelo menos no curto prazo, tentar nenhuma nova investida para uma possível negociação entre Pão de Açúcar e Carrefour. Antes da retirada da proposta, na noite desta terça-feira, rumores foram levantados sobre uma possível aproximação do BTG Pactual com fundos privados interessados em investir na operação, caso o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) resolvesse desistir - o que, de fato, aconteceu.
Em entrevista ao site de VEJA, o sócio Carlos Fonseca, que comandou a negociação no seio do BTG, afirmou que as conversas com fundos existem, mas uma nova proposta ocorrerá somente se o Casino vier procurá-los. "Estamos abertos caso eles queiram falar conosco. Mas não iremos atrás", afirmou o executivo. Na manhã da última terça-feira, o presidente do varejista francês, Jean-Charles Naouri, reuniu seu conselho de administração para uma reunião extraordinária que - na presença de Abilio Diniz - votou, por unanimidade, contra a fusão entre a empresa da qual é acionista, o Pão de Açúcar, e seu maior concorrente mundial, o Carrefour.
- O BTG pretende buscar o Casino para uma possível nova proposta?
Não. Nós formulamos a proposta de fusão que foi apresentada aos acionistas do Pão de Açúcar e do Carrefour, que acreditamos ser interessante para ambos, além de gerar valor para todos que investiram nas empresas, como o próprio mercado confirmou com a subida das ações do Pão de Açúcar nos dias que sucederam a proposta. No entanto, se o Casino se nega a enxergar esse mesmo valor que nós vislumbramos, não há o que ser feito e não há nova proposta.
- Mas vocês afirmaram que estavam abertos a novas negociações.
Estamos abertos caso eles queiram falar conosco e retomar as negociações. Mas não iremos atrás.
O banco chegou a convidar fundos privados para participarem da operação?
Não. Foram investidores locais e estrangeiros que nos procuraram quando souberam da proposta. E essa procura ocorreu porque eles viram os mesmos fatores positivos que nós vimos na fusão.
- Substituir a participação do BNDES pela de investidores privados é uma opção?
Atrair capital nunca foi um problema nesse caso. O fato de o BNDES ter entrado na operação não significa que não pudéssemos captar de outra forma. O banco se interessou porque achou a operação viável. Não houve nenhuma hostilidade, como muitos da imprensa têm afirmado.
- Mas o BNDES saiu.
Sim, mas essa não foi a razão da retirada da proposta. Retiramos porque o Casino reuniu seu conselho e recusou a fusão.
- Essa recusa surpreendeu?
Não sou a pessoa mais indicada para comentar isso, pois nunca cheguei a conversar com o Casino e não participei da reunião do conselho. Mas o fato é que eles negaram tudo sem nem ao menos nos procurar para falar sobre o assunto ou discutir aspectos da proposta.
São Paulo - Articulador da fusão mais polêmica dos últimos tempos, o banco BTG Pactual avisou que colocará o pé no freio e não irá, pelo menos no curto prazo, tentar nenhuma nova investida para uma possível negociação entre Pão de Açúcar e Carrefour. Antes da retirada da proposta, na noite desta terça-feira, rumores foram levantados sobre uma possível aproximação do BTG Pactual com fundos privados interessados em investir na operação, caso o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) resolvesse desistir - o que, de fato, aconteceu.
Em entrevista ao site de VEJA, o sócio Carlos Fonseca, que comandou a negociação no seio do BTG, afirmou que as conversas com fundos existem, mas uma nova proposta ocorrerá somente se o Casino vier procurá-los. "Estamos abertos caso eles queiram falar conosco. Mas não iremos atrás", afirmou o executivo. Na manhã da última terça-feira, o presidente do varejista francês, Jean-Charles Naouri, reuniu seu conselho de administração para uma reunião extraordinária que - na presença de Abilio Diniz - votou, por unanimidade, contra a fusão entre a empresa da qual é acionista, o Pão de Açúcar, e seu maior concorrente mundial, o Carrefour.
- O BTG pretende buscar o Casino para uma possível nova proposta?
Não. Nós formulamos a proposta de fusão que foi apresentada aos acionistas do Pão de Açúcar e do Carrefour, que acreditamos ser interessante para ambos, além de gerar valor para todos que investiram nas empresas, como o próprio mercado confirmou com a subida das ações do Pão de Açúcar nos dias que sucederam a proposta. No entanto, se o Casino se nega a enxergar esse mesmo valor que nós vislumbramos, não há o que ser feito e não há nova proposta.
- Mas vocês afirmaram que estavam abertos a novas negociações.
Estamos abertos caso eles queiram falar conosco e retomar as negociações. Mas não iremos atrás.
O banco chegou a convidar fundos privados para participarem da operação?
Não. Foram investidores locais e estrangeiros que nos procuraram quando souberam da proposta. E essa procura ocorreu porque eles viram os mesmos fatores positivos que nós vimos na fusão.
- Substituir a participação do BNDES pela de investidores privados é uma opção?
Atrair capital nunca foi um problema nesse caso. O fato de o BNDES ter entrado na operação não significa que não pudéssemos captar de outra forma. O banco se interessou porque achou a operação viável. Não houve nenhuma hostilidade, como muitos da imprensa têm afirmado.
- Mas o BNDES saiu.
Sim, mas essa não foi a razão da retirada da proposta. Retiramos porque o Casino reuniu seu conselho e recusou a fusão.
- Essa recusa surpreendeu?
Não sou a pessoa mais indicada para comentar isso, pois nunca cheguei a conversar com o Casino e não participei da reunião do conselho. Mas o fato é que eles negaram tudo sem nem ao menos nos procurar para falar sobre o assunto ou discutir aspectos da proposta.