BTG Pactual cria unidade digital para disputar clientes do varejo
Com a aposta, banco ambiciona dobrar sua base e ser o sexto maior em varejo
Tais Laporta
Publicado em 29 de maio de 2019 às 14h59.
Última atualização em 29 de maio de 2019 às 17h08.
De olho no avanço dos bancos digitais, o BTG Pactual vai criar uma unidade do segmento voltada para o varejo de serviços financeiros. A ideia é ser 100% digital.
A nova área une núcleos do que estavam separados no banco, como serviços de investimentos e conta corrente da plataforma do BTG Pactual Digital, seguros e previdência.
Com vocação para investimentos e gestão de recursos, o BTG mira como nunca o consumidor pessoa física. A meta é dobrar a base de clientes nos próximos quatro meses.
Em um mercado concentrado em 5 grandes bancos, o Pactual não esconde mais a ambição de ser o sexto maior do país no segmento de varejo.
Marca única no digital
O novo negócio será comando por Amós Genish, ex-presidente da Telefônica Brasil e novo sócio do banco. O objetivo é lançar uma marca única para todos os serviços do varejo, disse o executivo em coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
O novo negócio também engloba serviços para pequenas e médias empresas (PMEs), incluindo crédito e financiamento ao consumo prestados pelo Banco Pan, um dos braços da instituição.
Para Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, o passo acontece em um momento ideal, cinco anos após o lançamento de serviços digitais que abriram o leque do banco para clientes pessoas física.
De olho no potencial dos serviços digitais, o banco pretende fortalecer parcerias com as cerca de 30 fintechs que mantém hoje.
Oferta de ações
O banco também vai aproveitar a valorização de suas ações para vender ao redor de R$ 2 bilhões de suas units (agrupamento de ações). Isso será feito por meio de uma oferta pública secundária (follow on).
Com Isso, o BTG pretende aumentar a circulação de suas ações no mercado. O objetivo é que as units cheguem a 21%, mínimo exigido para ingressar no Nível 2 da B3, segmento da bolsa com regras mais rígidas de governança corporativa.
Transferência de capital na EFG
Outra novidade anunciada pelo banco é a transferência de 25% do capital que detém na gestora suíça de recursos EFG International para a holding do BTG Pactual. Dessa forma, o banco reduz sua fatia no negócio para apenas 5%.
"A holding é um veículo que segura melhor as ações do EFG neste momento", observou Sallouti.
Segundo o BTG, a transação dará uma percepção mais clara da performance dos negócios do grupo e um substancial aumento do índice de capital principal, avançando de 10,2% para 13,4%.
Ações em alta
As ações do BTG subiam mais de 3% pela manhã após o anúncio. Nos últimos 12 meses, as units do BTG mais que dobraram de valor, passando de cerca de R$ 20 para R$ 45.