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BTG Pactual assume dívida de R$ 3,8 bi do Panamericano na compra

BTG Pactual não desembolsou dinheiro para a aquisição, disse o diretor-executivo do Fundo Garantidor de Créditos

Procurado, o BTG Pactual disse que “não assumiu a dívida”. (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2011 às 20h21.

São Paulo - O Banco BTG Pactual SA, do bilionário carioca, André Esteves, assumiu a dívida de R$ 3,8 bilhões do Banco Panamericano SA ao comprá-lo do empresário Silvio Santos, segundo o Fundo Garantidor de Créditos.

O BTG Pactual, que acertou ontem a compra da fatia do empresário Silvio Santos no Panamericano, de 51 por cento das ações ordinárias, não desembolsou dinheiro para a aquisição, disse o diretor-executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva. Segundo ele, houve apenas a assunção da dívida que, caso o BTG resolva liquidá-la hoje, corresponde aos R$ 450 milhões anunciados na noite de ontem. O montante desconta juros de 13 por cento ao ano, que segundo ele podem fazer o total chegar aos R$ 3,8 bilhões no novo prazo do empréstimo, de 17 anos e meio, disse.

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“A dívida está aí, o Grupo Silvio Santos simplesmente vendeu a participação dele para o BTG e pegamos o contrato com o BTG para liquidar a dívida, só trocamos o devedor”, disse o executivo em entrevista por telefone hoje. Segundo Bueno, o BTG pode pagar a dívida com o desconto previsto “a qualquer momento” antes de 2028.

Procurado, o BTG Pactual disse que “não assumiu a dívida”.

“O banco pagará R$ 450 milhões pela totalidade de ações do Grupo Silvio Santos no Panamericano. A forma de pagamento será acertada entre as partes”, disse o BTG em comunicado enviado por e-mail por meio de sua assessoria de imprensa externa.

Em novembro, o Panamericano recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões do seu controlador, o Grupo Silvio Santos, que obteve empréstimo socorro no mesmo valor do FGC, oferecendo como garantia as 44 empresas da holding. O Banco Central, o Ministério Público e a Polícia Federal investigam suspeita de fraude na venda de carteiras do banco a outras instituições.

Buraco maior

Junto ao acordo de venda, o banco recebeu um aporte adicional de R$ 1,3 bilhões do FGC para cobrir um rombo contábil além do detectado no ano passado, disse Bueno. Segundo ele, o aumento no buraco se deve a “provisões feitas de forma inadequada” e à necessidade de “recalcular contrato a contrato de crédito cedidos que não haviam sido contabilizados corretamente”.

O empréstimo original do FGC, concedido a Silvio Santos, era corrigido pelo Índice Geral de Preços - Mercado e tinha prazo de dez anos, com carência de três para início do pagamento.

“Mudou a condição, eu tive que negociar, o empresário não tinha condição de pagar a importância que acabou ficando para ele”, disse Bueno, do FGC.

No acordo com o BTG, o FGC também não fez exigências de garantias específicas, disse Bueno. “É uma dívida que não tem risco, é um banco líquido, com saúde financeira”, disse ele.

“A dívida de R$ 2,5 bilhões também não era de R$ 2,5 bilhões, isso já era a valor futuro, era o valor nominal, para ser pago em dez anos”, disse Bueno. “Se ele viesse a pagar antecipado, teríamos que dar desconto. Foi esse desconto que foi dado.”

As ações do Panamericano subiram 22,5 por cento hoje, para R$ 5,22, após o banco de Esteves ter oferecido pagar aos minoritários do Panamericano um valor de R$ 4,89 por ação. O sócio do BTG Pactual José Luiz Acar Pedro será o novo presidente do Panamericano, informou o BTG em comunicado ontem.

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