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BR Foods pode ter que restringir uso da marca Perdigão

Cade está analisando se a aquisição da Sadia pela Perdigão resultou em uma companhia com poder excessivo de pressionar os preços no mercado de alimentos

Granja da Brasil Foods: marca Perdigão pode ser substituída por outra (ERNESTO RODRIGUES)

Granja da Brasil Foods: marca Perdigão pode ser substituída por outra (ERNESTO RODRIGUES)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2011 às 10h51.

SÃO PAULO - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode impedir temporariamente a Brasil Foods de usar a marca Perdigão, carro-chefe da companhia, em alguns segmentos do mercado como condição para não rejeitar a união das empresas que criou a maior exportadora de carne de frango do mundo, noticiaram jornais neste sábado.

Negociações entre o Cade e a Brasil Foods irão continuar até uma reunião do órgão antitruste em 13 de julho para julgar o caso. Segundo O Estado de S.Paulo, citando fontes não identificadas, a suspensão poderia ser de até cinco anos.

Ambos os lados concordam com restrições parciais sobre o uso da marca Perdigão, mas executivos da companhia estão preocupados com a extensão e o objetivo de tais restrições, reportou o Estado.

O Cade está analisando se a criação da Brasil Foods em 2009, oriunda da aquisição da Sadia pela rival Perdigão, resultou em uma companhia com poder excessivo de pressionar os preços no mercado de alimentos.

Um conselheiro do Cade disse, recentemente, que a aquisição prejudicaria a competição e aumentaria os preços, motivando preocupações de que a união pode ser rejeitada.

Vários conselheiros do Cade afirmaram que a BRFoods, como a companhia é conhecida, domina a maioria dos mercados nos quais opera, como frios e alimentos congelados, mas a companhia está relutante em abrir mão de algumas de suas principais marcas.

Tanto a reportagem do Estado como do jornal O Globo, mencionam que a solução seria parecida com a adotada no caso da compra da Kolynos pela Colgate-Palmolive, em 1996, quando foi suspensa o uso da marca Kolynos.

A notícia do Estado disse que, ao pedir que a Brasil Foods pare de usar a marca por um certo período, o Cade poderia motivar a competição em segmentos nos quais a participação de mercado da empresa é superior a 70 por cento --como no caso de frios, pizzas congeladas, perus e outros alimentos de carne de frango.

Porém, os órgãos reguladores estão tentando evitar que a Brasil Foods crie uma nova marca de peso caso restrinjam o uso da Perdigão, afirmou o Estado. A Sadia e a Perdigão são as principais marcas da companhia, e a Sadia será preservada pois seus preços são superiores aos da Perdigão.

No caso Kolynos, a Colgate-Palmolive lançou a marca Sorriso e diante do sucesso, acabou descartando a marca Kolynos.

Ligações para os escritórios de atendimento à imprensa do Cade e da Brasil Foods pedindo comentários sobre a notícia não foram atendidas imediatamente.

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