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Brasil Foods tem ano desafiador nos mercados e internamente

Vendas da companhia se mostraram decepcionantes no primeiro trimestre e sem total recuperação no segundo

"Vamos ter um segundo trimestre ainda com dificuldades, mas a visão do ano é boa", disse presidente da BRF, José Antônio Fay (Raul Júnior/VOCÊ S.A.)

"Vamos ter um segundo trimestre ainda com dificuldades, mas a visão do ano é boa", disse presidente da BRF, José Antônio Fay (Raul Júnior/VOCÊ S.A.)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2012 às 12h19.

São Paulo - A Brasil Foods, maior exportadora de carne de frango do mundo, terá um ano desafiador para as vendas de seus produtos, que se mostraram decepcionantes no primeiro trimestre e que não estão totalmente recuperadas no segundo trimestre, ao mesmo tempo em que lida com custos adicionais decorrentes do processo de incorporação da Sadia.

"É mais fácil construir (uma empresa) quando está tudo a favor... vamos ter um segundo trimestre ainda com dificuldades, mas a visão do ano é boa", disse nesta segunda-feira o presidente da BRF, José Antônio Fay, em teleconferência com analistas, comentando os desafios da empresa para 2012.

Ele acrescentou que, embora a companhia esteja tendo um começo de ano "mais difícil", os sinais para frente "não são ruins", especialmente quando se olha o mercado externo, onde os estoques estão sendo reduzidos em alguns mercados importantes.

"A visão para o segundo semestre é de muita recuperação", acrescentou o diretor financeiro da BRF, Leopoldo Saboya, na teleconferência para comentar os resultados do 1o trimestre, divulgados na sexta-feira.

A empresa, uma das maiores companhias de alimentos do Brasil, registrou lucro líquido de 153 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, queda de 60 por cento ante igual período de 2011, com as vendas externas pressionando os ganhos e negócios no mercado interno aquém dos esperados.

As ações da empresa apresentavam queda de quase 3 por cento por volta das 12h10, enquanto o Ibovespa recuava 0,7 por cento.

MAIORES CUSTOS Ao mesmo tempo em que enfrenta dificuldades nos mercados, a companhia ainda está incorrendo em custos adicionais para cumprir o processo de incorporação da Sadia dentro do que determinou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Pelo acordo para haver desconcentração de mercados no Brasil, acabou acontecendo uma troca de ativos da BRF com o Marfrig, que cedeu unidades na Argentina à companhia e receberá ativos brasileiros da BRF, o que deve ocorrer até o início do segundo semestre.


O Cade também condicionou a incorporação da Sadia pela Perdigão à suspensão da marca Perdigão de alguns mercados por prazos de três a cinco anos, dependendo do segmento, além da suspensão de produtos de carne da Batavo, por quatro anos, a partir de 1o de julho.

Nos mercados em que a Perdigão poderá atuar, a marca deverá ser reforçada, disse o presidente da BRF, com a companhia buscando tirar vantagem do nome conhecido, assim como tem feito com a Sadia. , Nesse contexto, a companhia está registrando alguns custos adicionais.

"O fato é que se formos olhar friamente durante um período isso 'desotimiza' a companhia, cria um certo desbalanceamento, isso pressiona o resultado", acrescentou Fay.

Segundo diretor financeiro, esses custos adicionais da fusão são difíceis de serem quantificados, mas tais gastos visam preparar a companhia para o futuro.

"É uma 'dessinergia' não quantificada. Temos custos que trazem importantes impactos nos resultados, são impactos difíceis de calcular, difíceis de prever, pois são mudanças importantes", declarou Saboya.

Isso deve ocorrer durante 2012, já que a empresa espera estar livres dessas questões decorrentes da incorporação da Sadia em 2013.

Ao mesmo tempo em que está tendo custos operacionais adicionais, a companhia detecta um aumento de despesas com matérias-primas, como o milho e o farelo de soja, que estão seguindo as altas cotações do mercado internacional.

A soja, por exemplo, atingiu o maior valor na semana passada desde 2008, ano em que registrou máximas históricas na bolsa de Chicago.

Fay disse que a empresa está sentindo a pressão dos custos maiores, o que indica repasses de preços.

Ele comentou também que o Brasil, embora ainda seja um produtor de baixo custo de carnes, está perdendo competitividade internacional, especialmente para os norte-americanos.

A taxa de câmbio é um dos favores que por vezes ajuda os EUA e afeta negócios do Brasil.

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