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BRF quer triplicar faturamento e investir R$ 55 bilhões em dez anos

Dona das marcas Sadia e Perdigão também anunciou um crescimento em linhas de produtos como o mercado pet e substitutos de carne

BRF: empresa também planeja comprar novas unidades de produção na América do Norte, Europa e Ásia, embora não tenha revelado os países (Germano Lüders/Exame)

BRF: empresa também planeja comprar novas unidades de produção na América do Norte, Europa e Ásia, embora não tenha revelado os países (Germano Lüders/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 19h48.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 20h13.

A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, anunciou um ambicioso plano estratégico nesta terça-feira, que prevê investimentos de 55 bilhões de reais nos próximos dez anos, e crescimento exponencial em linhas de produtos como o mercado pet e substitutos de carne — os chamados plant based.

Além disso, a empresa também planeja comprar novas unidades de produção na América do Norte, Europa e Ásia, embora não tenha revelado os países. Com o anúncio, as ações ordinárias da BRF subiram mais de 8% na B3.

A BRF vai competir com gigantes como a suíça Nestlé, dona da marca Purina, e com a americana Mars, que produz marcas líderes de ração no país, com a Pedigree e Whiskas.

"Queremos ser uma das duas maiores empresas do mundo do mercado pet antes de 2025. É um mercado que cresce mais de dois dígitos por ano e o Brasil já é o segundo maior do mundo, atrás dos Estados Unidos", afirmou o presidente da BRF, Lorival Luz.

O mercado de animais de estimação gira atualmente cerca de 20 bilhões de reais por ano e tem potencial para dobrar nos próximos dez anos, segundo a BRF. Para Lorival Luz, esse crescimento é impulsionado pela verticalização das cidades e pela humanização dos animais.

A BRF quer ser a líder no mercado de ração para pets no país, onde já comercializa suas marcas — a Balance (cães e gatos) e a Güd (cães). A Güd é feita com proteína de frango, não leva corantes e conservantes artificiais ou ingredientes transgênicos. É destinada ao segmento super premium.

Segundo Luz, hoje o faturamento da BRF com o mercado de animais é 'insignificante' e gira em torno de 100 milhões de reais/ano. A própria BRF produz os insumos para rações, com custo de formulação baixo.

"Temos vantagem competitiva e a escala é enorme", disse Luz.

A empresa dividiu seu plano de investimentos em três etapas, até 2030. Na primeira, de 2021 até 2023, a BRF quer crescer no mercado pet, de suínos no mercado brasileiro, de pratos prontos e na expansão geográfica. Até 2030, a BRF projeta uma receita anual de 100 bilhões de reais.

No Brasil, a empresa planeja liderar o mercado de pratos prontos, com estimativa de receita de 16 bilhões de reais nos próximos anos.

"A expansão geográfica para as três áreas citadas pode não acontecer neste primeiro ciclo. Ela pode se estender por duas etapas. Podemos chegar a um país neste ciclo e a outro, no próximo ciclo de 2024 a 2026", afirmou Luz.

No segundo ciclo, a empresa vai trabalhar no desenvolvimento de sua plataforma de substitutos de carne (plant based). A companhia está acompanhando o crescimento desse mercado, assim como o mercado de snacks proteicos.

No terceiro ciclo, de 2027 a 2030, a ideia é consolidar todo o processo dos ciclos anteriores, obtendo maior eficência e resultados. Até 2030, a BRF projeta uma receita anual de 100 bilhões de reais.

O investimento de 55 bilhões de reais nos próximos dez anos deve acontecer principalmente com recursos de geração de caixa próprio da empresa. A BRF, entretanto, quer usar novas linhas de crédito e sustentar o prazo de 9,5 anos de vencimento de sua dívida.

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