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BRF escolhe novo conselho em período de incertezas

ÀS SETE - O fundo Aberdeen, um dos acionistas da companhia, retirou o pedido de voto múltiplo, o que deve favorecer Pedro Parente

Pedro Parente: ele tem o apoio dos principais acionistas da companhia (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

Pedro Parente: ele tem o apoio dos principais acionistas da companhia (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2018 às 06h50.

Última atualização em 26 de abril de 2018 às 07h25.

Após dois meses de disputa nos bastidores, a fabricante de alimentos BRF deve ter hoje poucas surpresas na assembleia de acionistas que decide o novo conselho de administração da companhia.

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Ontem, o fundo Aberdeen, um dos acionistas da companhia, retirou o pedido de voto múltiplo, que escolheria cada conselheiro separadamente.

A única opção na mesa, portanto, é vaticinar a chapa única encabeçada por Pedro Parente, o presidente da Petrobras, que deve ser o novo presidente do conselho de administração da dona das marcas Sadia e Perdigão.

Parente tem o apoio dos principais acionistas da companhia, o empresário Abilio Diniz, o fundo Tarpon e os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil) e Petros (Petrobras). Abilio Diniz, que comandava o conselho, passa a ter apenas uma vaga, a de Flávia Almeida, sócia de sua empresa de investimentos, a Península.

A Petros e a Previ terão três representantes diretos: Francisco Petros, Augusto Cruz e Walter Malieni. Os demais conselheiros devem ser Dan Ioschpe, José Luiz Osório, Luiz Fernando Furlan, Roberto Mendes e Roberto Rodrigues.

As missões dos novos conselheiros são mais ou menos conhecidas. Seu desafio é fazer o que os novos gestores da companhia tentam há cinco anos: ganhar relevância internacional, fortalecer as marcas e incutir uma cultura única.

A primeira e mais importante missão do novo conselho é indicar os executivos que devem gerir a BRF, a começar pela presidência, que ficou vaga com a renuncio de José Aurélio Drummond.

As disputas dos últimos anos deixaram a companhia sem dezenas de nomes no primeiro escalão: foram 39 mudanças em 16 cargos de vice-presidência e presidência desde 2013.

As mudanças serão feitas num período de incertezas. Ainda não estão claros os efeitos da Operação Carna Fraca sobre os negócios da BRF. Um veto da União Europeia à importação de produtos provenientes de 12 fábricas da empresa levou a um rearranjo forçado da estratégia de produção.

Quatro fábricas entrarão em férias coletivas nas próximas semanas e mais de 40 milhões de pintinhos precisaram ser eliminados, conforme revela a edição de hoje de EXAME. O preço do frango no mercado doméstico pode cair 12% por conta do aumento de oferta.

Um conselho unido, neste contexto, é só o primeiro passo para recuperar a companhia. Mas é muito mais do que a BRF teve nos últimos anos.

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