Braskem: fim da crise no balanço, mas não no controle
ÀS SETE - A petroquímica deve apresentar resultados positivos, mas o futuro da companhia ainda segue um mistério
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 06h34.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2018 às 07h11.
Analistas e investidores estão certos de que a petroquímica Braskem apresentará bons resultados no balanço que divulga nesta segunda-feira. Já com relação ao futuro da companhia não há um consenso. Enquanto o resultado melhora, os sócios correm para tentar vendê-la em uma oferta de ações que tem potencial para ser a maior do ano.
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A receita da Braskem no quatro trimestre deve crescer 11%, na comparação anual, para 13,17 bilhões de reais. O lucro esperado é de 885 milhões, ante prejuízo de 2,6 bilhões no quarto trimestre de 2016. Com isso, o lucro de 2017 pode totalizar 4,7 bilhões de reais, ante prejuízo de 729,1 milhões de reais em 2016.
É com esses bons números que a empreiteira Odebretch e a estatal Petrobras contam para convencer investidores e fazer uma oferta de ações da Braskem no Brasil e nos Estados Unidos. A Petrobras, que tem 36% do capital, quer deixar o negócio, enquanto a Odebretch, com 38%, estuda se desfazer de parte das ações.
O objetivo seria vender as ações até junho, já que depois disso as férias no hemisfério norte e as eleições no Brasil dificultam qualquer negociação. Tudo indica que é um bom momento. O valor de mercado da Braskem, que no começo de 2017 era de 25 bilhões de reais, está em 34 bilhões.
Os problemas vindos da Lava-Jato vão, pouco a pouco, ficando para trás. Na semana passada a justiça dos Estados Unidos homologou o acordo de ação coletiva com investidores estrangeiros e colocou um fim à disputa.
O maior empecilho para a oferta de ações no momento é o contrato de fornecimento de nafta para a Petrobras. O preço da matéria-prima é uma queda de braço histórica entre a Braskem e a estatal. Para que o cronograma até junho seja cumprido, alguém terá que ceder em breve.