Braskem e Petrobras estão longe de acordo
As duas companhias, que também são sócias, discutem há pouco mais de um ano os termos de um novo contrato sobre fornecimento de nafta
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 09h05.
São Paulo - A petroquímica Braskem e a Petrobras estão longe de chegar a um entendimento sobre o fornecimento da nafta, principal matéria-prima para produção de resinas termoplásticas.
As duas companhias, que também são sócias, discutem há pouco mais de um ano os termos de um novo contrato.
O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que as discussões entre as empresas não se restringiram à intenção da Petrobras de reajustar, em quase 6%, o valor do contrato.
A proposta da Braskem era garantir preços mais competitivos, de forma a reduzir a diferença de custo em relação à petroquímica norte-americana abastecida com gás de xisto ("shale gas"), matéria-prima muito mais competitiva.
A Petrobras, por outro lado, mostrou-se irredutível em meio a turbulências, iniciadas pelos problemas de caixa, incertezas sobre o rumo das eleições e mais recente as denúncias de corrupção investigadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
"O que ocorre é, de um lado, a discussão de um plano de longo prazo (para abastecimento da indústria), e de outro o foco no balanço do petróleo e da gasolina do mês seguinte", comparou uma fonte a par das negociações, que não quis se identificar.
Urgência
A Braskem tem pressa para fechar um contrato de longo prazo para o fornecimento de sua principal matéria-prima. O último acordo entre as companhias vigorou entre 2009 e fevereiro deste ano.
Como não chegaram a um acordo, uma vez que a estatal queria fazer um reajuste, as companhias firmaram um contrato aditivo, válido por seis meses.
O prazo venceu em agosto, mas o segundo contrato aditivo, trouxe uma particularidade. O preço do insumo fica indefinido: as condições estabelecidas em um novo contrato de longo prazo devem ser retroativas à data de assinatura do último aditivo.
"Estamos trabalhando com um preço em aberto, o que significa uma incerteza crítica para uma indústria", destacou o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, no início de novembro. A situação perdura até hoje. A Petrobrás não comenta o assunto.
A Braskem defende que o óleo e o gás do pré-sal possam reduzir o custo do insumo, dando maior competitividade à petroquímica.
O gás de xisto tem um preço muito mais competitivo que a nafta, mesmo com a queda de quase 20% do insumo petroquímico entre o fim de setembro e novembro (de cerca de US$ 800 a tonelada para US$ 650), como reflexo da queda do petróleo no mercado internacional. Mesmo com o recuo, as margens de insumos básicos da petroquímica seguem apertadas.
Essa combinação de fatores pode levar as negociações entre as empresas a novos acordos provisórios. Em meio a esse impasse, a delicada situação financeira da Petrobrás sugere que a diretoria da estatal deve manter postura dura, afirmou a fonte.
"Ninguém na Petrobrás quer, neste momento, se comprometer com nada", disse outra fonte de mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A petroquímica Braskem e a Petrobras estão longe de chegar a um entendimento sobre o fornecimento da nafta, principal matéria-prima para produção de resinas termoplásticas.
As duas companhias, que também são sócias, discutem há pouco mais de um ano os termos de um novo contrato.
O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que as discussões entre as empresas não se restringiram à intenção da Petrobras de reajustar, em quase 6%, o valor do contrato.
A proposta da Braskem era garantir preços mais competitivos, de forma a reduzir a diferença de custo em relação à petroquímica norte-americana abastecida com gás de xisto ("shale gas"), matéria-prima muito mais competitiva.
A Petrobras, por outro lado, mostrou-se irredutível em meio a turbulências, iniciadas pelos problemas de caixa, incertezas sobre o rumo das eleições e mais recente as denúncias de corrupção investigadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
"O que ocorre é, de um lado, a discussão de um plano de longo prazo (para abastecimento da indústria), e de outro o foco no balanço do petróleo e da gasolina do mês seguinte", comparou uma fonte a par das negociações, que não quis se identificar.
Urgência
A Braskem tem pressa para fechar um contrato de longo prazo para o fornecimento de sua principal matéria-prima. O último acordo entre as companhias vigorou entre 2009 e fevereiro deste ano.
Como não chegaram a um acordo, uma vez que a estatal queria fazer um reajuste, as companhias firmaram um contrato aditivo, válido por seis meses.
O prazo venceu em agosto, mas o segundo contrato aditivo, trouxe uma particularidade. O preço do insumo fica indefinido: as condições estabelecidas em um novo contrato de longo prazo devem ser retroativas à data de assinatura do último aditivo.
"Estamos trabalhando com um preço em aberto, o que significa uma incerteza crítica para uma indústria", destacou o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, no início de novembro. A situação perdura até hoje. A Petrobrás não comenta o assunto.
A Braskem defende que o óleo e o gás do pré-sal possam reduzir o custo do insumo, dando maior competitividade à petroquímica.
O gás de xisto tem um preço muito mais competitivo que a nafta, mesmo com a queda de quase 20% do insumo petroquímico entre o fim de setembro e novembro (de cerca de US$ 800 a tonelada para US$ 650), como reflexo da queda do petróleo no mercado internacional. Mesmo com o recuo, as margens de insumos básicos da petroquímica seguem apertadas.
Essa combinação de fatores pode levar as negociações entre as empresas a novos acordos provisórios. Em meio a esse impasse, a delicada situação financeira da Petrobrás sugere que a diretoria da estatal deve manter postura dura, afirmou a fonte.
"Ninguém na Petrobrás quer, neste momento, se comprometer com nada", disse outra fonte de mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.