Vista da entrada do Banco Santander, em Madri: instituição anunciou também um pequeno corte nos resultados de 2013 (Javier Soriano/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 16h20.
Madri - O lucro do Banco Santander, principal entidade da zona do euro em capitalização, cresceu 39,3% em 2014, a 5,82 bilhões de euros, graças à melhora nos mercados, sobretudo no Brasil e no Reino Unido.
No início de janeiro, a entidade já havia estimado que seu lucro do ano passado teria ultrapassado os 5,8 bilhões de euros (6,573 bilhões de dólares).
Os analistas previam em média um resultado anual de € 5,82 bilhões e um produto bancário de € 29,37 bilhões.
No quarto trimestre de 2014, o lucro do banco espanhol, em processo de transformação impulsionado por Ana Botín, sua nova presidente, cresceu 68,4%, a 1,46 bilhão de euros.
A instituição anunciou também um pequeno corte nos resultados de 2013 ao aplicar uma nova regra contável.
No conjunto do ano, "cresce o lucro nos dez principais mercados pela primeira vez desde o início da crise", entre eles Brasil, Espanha, Reino Unido e México, afirmou o Santander em comunicado nesta terça-feira.
Brasil e Reino Unido, principais contribuintes
A Europa aportou 52% do lucro do grupo, enquanto a América Latina foi responsável por 38%. Desse percentual, o Brasil contribuiu com 19% e o México, com 8%. Os Estados Unidos contribuíram com 10% do total.
O Brasil obteve um lucro de 1,558 bilhão de euros, o que representa um aumento de 8% em relação ao ano passado, sendo junto com o Reino Unido, o país que mais aportou no lucro total do grupo em 2014.
O México registrou um lucro de 660 milhões de euros, cerca de 3% menos que no ano anterior "pela maior pressão fiscal", segundo o banco espanhol, que no Chile teve um lucro de 509 milhões de euros, 35% a mais que nos últimos 12 meses. A Argentina teve um lucro de 298 milhões de euros (+33%).
Na Europa, o lucro do Santander subiu 30% no Reino Unido, a 1,576 bilhão de euros e 141% na Espanha, a 1,121 bilhão de euros.
A diversificação geográfica permitiu ao Banco Santander superar os danos causados pelo estouro da bolha imobiliária na Espanha em 2008 e pela crise subsequente.
Nova estratégia de crescimento
Ana Botín, que sucedeu seu pai Emílio, falecido em setembro do ano passado, decidiu implementar uma nova estratégia de crescimento.
"Em 2015 e adiante, vamos priorizar o crescimento orgânico", afirmou Botín, citada em comunicado.
Uma das primeiras decisões da nova presidente, após assumir a direção,foi realizar uma ampliação de capital de 7,5 bilhões de euros para reforçar a solvência do banco e financiar seu crescimento interno, mais do que buscar um crescimento por meio de aquisições.
Os analistas mostraram em várias ocasiões sua preocupação pelo nível de solvência do grupo, menor do que a de seus principais competidores.
A entidade também reduziu seus custos em quase 1% e em "14% das dotações para insolvência", informa o comunicado.
O produto bancário, indicador do valor agregado gerado pelo banco, subiu cerca de 4%, a 29,55 bilhões, segundo um comunicado da entidade.