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Brasil é "House of Cards" com drogas, diz diretor do BTG ao FT

Segundo diretor de investimentos, vazamento da gravação de uma conversa do presidente Michel Temer com empresário Joesley Batista deixou mercados instáveis

House of Cards: diretor do BTG falou sobre escândalos e reviravoltas na Operação Lava Jato (House of Cards/Divulgação)

House of Cards: diretor do BTG falou sobre escândalos e reviravoltas na Operação Lava Jato (House of Cards/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 19 de junho de 2017 às 11h22.

São Paulo - Steve Jacobs, diretor executivo do braço de investimentos do BTG Pactual, disse que o Brasil parece o seriado "House of Cards com ácido", em entrevista ao Financial Times. O executivo comparou a política nacional ao programa por causa dos escândalos e reviravoltas na Operação Lava Jato, que afeta não só o país mas também negócios internacionais.

Segundo Jacobs, um dos eventos que mais sacudiu os mercados recentemente foi o vazamento da gravação de uma conversa do presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista. "Ninguém viu aquele evento Temer chegando", disse ele ao jornal. "Esses mercados são difíceis de atuar. Você não quer mercados emocionais e que mudam rapidamente".

Uma das consequências da operação da Polícia Federal foi a prisão de André Esteves, então presidente do BTG Pactual, em novembro de 2015. Ele cumpre prisão domiciliar.

Jacobs falou que seu antigo chefe está confiante que será inocentado. "Ele é meu amigo próximo, então estou muito, muito esperançoso que ele irá mostrar que é completamente inocente. Mas isso é um desvio para o BTG", disse ele, ao jornal.

Atualmente, o banco se esforça para reconstruir sua imagem - e seu tamanho. Segundo o FT, ele administra 37 bilhões de dólares, em comparação aos 50 bilhões de dólares antes da prisão de Esteves. No entanto, Jacobs diz que a prisão não é mais assunto comentado na companhia, nem entre os investidores e clientes.

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