Agência do Bradesco: inadimplência em queda, apesar da forte expansão do crédito (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - O bom momento do mercado imobiliário levou o Bradesco a elevar sua estimativa de liberação de financiamentos para o setor. Em teleconferência com analistas e jornalistas nesta quarta-feira (28/7) (leia a reportagem), o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, afirmou que o banco espera encerrar o ano com 7,5 bilhões de reais em créditos imobiliários. A expectativa anterior era de 6,5 bilhões.
De acordo com Trabuco, a decisão de revisar o guidance (conjunto de metas para o ano) baseou-se no bom resultado do primeiro semestre. A instituição encerrou junho com 4,234 bilhões de reais em recursos destinados ao mercado imobiliário, entre aquisição e construção. O montante refere-se a 30.999 unidades financiadas.
Trabuco lembrou que o Bradesco encerrou 2009 com créditos contratados de 4,9 bilhões de reais no setor imobiliário. Assim, o volume de contratos do primeiro semestre já ficou muito próximo de tudo o que o banco havia obtido no ano passado, mostrando mais força que o esperado. "A demanda é evidente, por isso, revisamos as estimativas", disse.
Carteira
Não foi apenas o crédito imobiliário que impulsionou a carteira do Bradesco. O bom momento da economia e a melhoria da renda dos brasileiros também sustentaram o crescimento de outros tipos de operações. A carteira consolidado de crédito, no primeiro semestre, somou 244,789 bilhões de reais. A cifra é 15,05% maior que a do mesmo período do ano passado.
Entre outros, a quantia envolve 21,415 bilhões de reais referentes ao repasse de recursos oriundos sobretudo do BNDES. As linhas de crédito para consumo somaram 71,147 bilhões. Já os cartões de crédito representaram 9,748 bilhões de reais.
Inadimplência
Apesar a expansão do crédito, a taxa de inadimplência da carteira do Bradesco continuou em queda no trimestre e fechou junho em 4%. De acordo com o vice-presidente executivo do banco, Domingos Abreu, isso assinala um cenário melhor que o esperado, já que essa era a taxa com que o banco acreditava encerrar dezembro.
A tendência, agora, é que a queda da inadimplência ocorra em ritmo menor, segundo o executivo. Para Abreu, é improvável que a taxa retorne aos 3,4% em que estava antes da crise mundial. "Acho que podemos chegar a 3,6% ou 3,7%", disse.
Segundo Abreu, a mudança no mix da carteira de crédito também contribui para a desaceleração da queda da inadimplência. Ele lembrou o maior peso dos créditos gerados por cartões. Além disso, a incorporação do banco ibi também pode elevar o nível médio. "O ibi não é um mau negócio, mas tem características particulares de carteira", disse.
Para se precaver contra eventuais calotes, o Bradesco encerrou o semestre com provisões para créditos duvidosos de 15,782 bilhões de reais. O montante corresponde a 7,57% do volume total de crédito da instituição. Além disso, é 3 bilhões de reais maior que o exigido pelo Banco Central. "É um nível muito confortável de provisões", disse Abreu.