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Boeing diz que tem poder de caixa para aquisições planejadas

O presidente-executivo da empresa garantiu que a fabricante pode absorver transações como as da Embraer sem colocar em risco investimentos internos

Boeing: as ações da Boeing fecharam na véspera em alta de 0,5 por cento, a 348,73 dólares (AFP/Paul Joseph Brown/AFP)

Boeing: as ações da Boeing fecharam na véspera em alta de 0,5 por cento, a 348,73 dólares (AFP/Paul Joseph Brown/AFP)

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Reuters

Publicado em 9 de março de 2018 às 12h47.

Última atualização em 9 de março de 2018 às 13h05.

Chicago - O presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, disse na quinta-feira que a fabricante norte-americana de aviões pode absorver transações na escala de um acordo proposto de com a brasileira Embraer sem colocar em risco investimentos internos em seu negócio ou a remuneração aos acionistas.

Muilenburg, que também é presidente do conselho de administração da empresa, disse ainda em uma entrevista à Reuters que a Boeing está "progredindo" nas conversas com a Embraer. A empresa continua estudando algumas estruturas possíveis para o acordo, que alguns analistas disseram que pode avaliar a Embraer entre 5 bilhões e 6 bilhões de dólares.

"Aquisições da escala da Embraer não são apenas factíveis para nós, elas também são coisas que nós podemos seletivamente fazer, alinhadas à nossa estratégia (de alocação de caixa)", disse Muilenburg.

"Nós temos muito poder de caixa para fazer todas as três coisas: investir de forma orgânica, remunerar os acionistas e então fazer essas aquisições pretendidas", acrescentou.

A Boeing tem como alvo para este ano fluxo de caixa operacional de 15 bilhões de dólares e gasto combinado de pesquisa e desenvolvimento de 5,9 bilhões de dólares. A empresa prometeu retornar 100 por cento do fluxo de caixa livre aos acionistas.

O presidente do Brasil, Michel Temer, está avaliando uma proposta para a criação de uma empresa conjunta na área de área de aviação comercial entre Boeing e Embraer, informou a presidência na semana passada, após o governo se opor a uma aquisição mais ampla da Embraer, que também fabrica aviões militares.

"Nós ainda não terminamos; ainda tem trabalho a ser feito. Mas nós estamos progredindo então tenho esperança de que possamos concluir isso", disse Muilenburg, reiterando que o acordo não é essencial para a Boeing.

"Nós continuamos a avaliar todas as partes da empresa, diferentes estruturas potenciais de propriedade" que variam de apoio a total propriedade, disse ele.

As ações da Boeing fecharam na véspera em alta de 0,5 por cento, a 348,73 dólares. Já os papéis da Embraer na bolsa brasileira caíram 3,2 por cento, a 20,75 reais.

Questionado se tais acordos envolvendo outros países estavam mais difíceis com o aumento do sentimento protecionista, Muilenburg disse que a Boeing não desistirá da expansão global que, se feita estrategicamente, aumentará os empregos dentro e fora dos Estados Unidos.

Muilenburg disse que a Boeing não decidiu se vai recorrer após perder um caso de dumping contra a canadense Bombardier, mas disse que vai processar novamente se for provocada a isso.

O executivo disse que a Boeing não tem pressa para decidir se lançará um novo avião médio de mercado, que poderia entrar em serviço em 2024 ou 2025.

"É uma decisão que nós provavelmente avançaremos ao longo do próximo ano aproximadamente", disse.

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