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Boeing 737 Max ensaia retorno com entrega para United e voo da Gol

A United Airlines deverá receber a primeira entrega do Max desde que os voos foram suspensos em março de 2019 após dois acidentes fatais

Boeing 737 Max (Matt Mills McKnight/Reuters)

Boeing 737 Max (Matt Mills McKnight/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 12h30.

Última atualização em 3 de dezembro de 2020 às 13h46.

A Boeing se aproxima de dois marcos importantes no retorno do 737 Max, de acordo com pessoas a par do assunto: a retomada dos voos com o jato e a primeira entrega desde que reguladores dos EUA suspenderam o aterramento de 20 meses.

A United Airlines deverá receber a primeira entrega do Max desde que os voos foram suspensos em março de 2019 após dois acidentes, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Mas os planos podem mudar, e a American Airlines poderia ser a primeira a receber a entrega inicial, disseram as pessoas, enquanto a Boeing busca desbloquear os pagamentos das entregas.

Em outra boa notícia para a fabricante de aviões, a Gol disse que retomará os voos comerciais com o Max em 10 de dezembro, mais de duas semanas antes de a American voltar a operar o jato com passageiros nos EUA. O Grupo Aeroméxico e a Copa, do Panamá, também planejam voos em breve.

As mudanças permitirão que a Boeing comece a operar seu antes poderoso programa 737, agora que reguladores nos EUA, Europa e Brasil endossaram revisões do software e novo currículo de treinamento de pilotos para o Max. A fabricante também está prestes a fechar outra encomenda para o Max com a Ryanair, um de seus maiores clientes.

“Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com reguladores globais e com nossos clientes para colocar o avião em serviço com segurança”, disse Jessica Kowal, porta-voz da Boeing.

A empresa de Chicago trabalha duro para criar um ambiente positivo em torno do Max após dois anos de publicidade negativa sobre sua resposta aos acidentes, que foram relacionados a problemas no sistema de controle de voo e que mataram 346 pessoas. As perdas relacionadas com o Max aumentaram para US$ 20 bilhões.

Reguladores dos EUA e do Brasil suspenderam o aterramento no mês passado, após uma longa revisão técnica das atualizações de software da Boeing, enquanto autoridades de segurança europeias concederam aprovação preliminar.

A Southwest Airlines, maior operadora do Max, sinalizou interesse em expandir seus pedidos para as aeronaves menores da família dos jatos. A American Airlines operou um voo com repórteres em um de seus aviões Max na quarta-feira.

“É ótimo quando os principais clientes voltam para comprar mais do produto”, disse George Ferguson, analista da Bloomberg Intelligence.

Esvaziar estoque

A Boeing não entregou nenhuma aeronave Max desde o início do aterramento. Com as entregas, a fabricante de aviões começará a esvaziar seu estoque de cerca de 450 jatos fabricados e estocados durante a proibição de voos.

A United pretende receber oito dos jatos neste mês, disse um porta-voz. A American não quis comentar sobre seus planos de entrega além de um comunicado em outubro, no qual a empresa disse que poderia receber até oito aviões Max neste ano.

A Gol planeja um retorno gradual nas próximas semanas e conduziu voos técnicos com cada avião de sua frota de sete jatos. A Aeroméxico disse que trabalha com os reguladores enquanto estes avaliam a aprovação do avião.

No Panamá, a Copa espera começar a operar pelo menos duas de suas aeronaves Max antes do final do ano, disseram executivos em teleconferência em 19 de novembro. A empresa disse na época que precisaria de cerca de duas semanas para concluir a manutenção dos aviões que estavam parados.

A Copa tem seis aeronaves Max no Panamá e aguarda a entrega de outras sete, disse o diretor financeiro da aérea, José Antonio Montero, em e-mail. O executivo não quis comentar sobre os planos de retomar os voos com o Max.

--Com a colaboração de Siddharth Vikram Philip, Mary Schlangenstein, Patricia Xavier e Andrea Navarro.

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