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BNDES registra lucro líquido recorde de R$ 20,7 bilhões em 2020

Segundo o BNDES, o resultado do quarto trimestre do ano foi impactado pelas vendas de ações da Suzano e da Vale

BNDES: o banco terminou 2020 com disponibilidade de caixa de R$ 154,7 bilhões (Pilar Olivares/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de março de 2021 às 11h48.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) registrou lucro líquido recorde de R$ 20,7 bilhões em 2020, alta de 17% ante 2019, informou nesta sexta-feira, 12, a instituição de fomento. No quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 7,0 bilhões.

Segundo o BNDES, o resultado do quarto trimestre do ano foi impactado pelas vendas de ações da Suzano e da Vale. A alienação da participação na Suzano contribuiu com R$ 2,4 bilhões para o lucro líquido do quarto trimestre. No mesmo período, a venda de ações da Vale contribuiu com outros R$ 2,4 bilhões para o resultado.

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No ano como um todo, a venda de ações contribuiu com R$ 14 bilhões para o lucro líquido de R$ 20,7 bilhões, informou a diretora financeira, Bianca Nasser. O BNDES vendeu R$ 45,4 bilhões em participações acionárias ao longo de 2020.

Segundo o presidente do banco, Gustavo Montezano, apesar da crise, houve "muita liquidez" no mercado ano passado, com "muita demanda" por ativos brasileiros, o que contribuiu para o sucesso do plano de desinvestimentos em participações diretas em grandes companhias. "Desinvestimos de forma organizada, cautelosa e sem afetar o mercado", afirmou Montezano, em entrevista coletiva online.

Ao mesmo tempo, impulsionados pela ação do BNDES para mitigar a crise da covid-19, os desembolsos para financiamentos ficaram em R$ 64,9 bilhões em 2020, alta de 17% ente 2019, revertendo uma tendência contínua de queda nos últimos anos. Do total de desembolsos, 52% foram direcionados para média, pequenas e microempresas (MPMEs), que, pela primeira vez, ficaram com a maioria dos valores liberados pelo banco de fomento.

A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 446,9 bilhões, o equivalente a 57,4% dos ativos totais em 31 de dezembro de 2020, com acréscimo de 1,2% em relação ao saldo de 31 de dezembro de 2019.

Para Montezano, os resultados de 2020 foram "robustos", tanto no sentido financeiro quanto na execução de "ações anticíclicas" contra a crise e na execução da mudança estratégica do papel do banco de fomento. No total, o BNDES informou que as ações contra a crise somaram um total de R$ 155,4 bilhões em 2020, incluindo um repasse de R$ 20 bilhões para o FGTS e valores emprestados por bancos comerciais, mas garantidos por um fundo do banco de fomento.

A inadimplência acima de 90 dias caiu de 0,84% em 31 de dezembro de 2019, desconsideradas as operações com honra da União, para 0 01% em 31 de dezembro de 2020. Segundo o BNDES, o patamar é equivalente ao de 2013 e ficou abaixo da média do sistema financeiro (2,12% em 31 de dezembro de 2020). Para Montezano, essa taxa de inadimplência é "virtualmente zero".

O BNDES terminou 2020 com disponibilidade de caixa de R$ 154,7 bilhões, informou a diretora Nasser.

BNDES diz que teve papel crucial na resposta do governo no canal de crédito

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve papel crucial na resposta do governo no canal de crédito durante a crise causada pela covid-19, afirmou nesta sexta-feira o presidente da instituição de fomento, Gustavo Montezano. O executivo destacou ainda que o foco dos "instrumentos" contra a crise foram os pequenos e médio empresários, "heróis nacionais" do País.

No total, o BNDES informou que as ações contra a crise somaram um total de R$ 155,4 bilhões em 2020, incluindo um repasse de R$ 20 bilhões para o FGTS e valores emprestados por bancos comerciais, mas garantidos por um fundo do banco de fomento.

Montezano destacou entre os resultados da atuação "crucial" no canal de crédito justamente os financiamentos garantidos pelo Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), no âmbito do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (Peac).

O programa garantiu em torno de R$ 92 bilhões em financiamentos concedidos por bancos comerciais participantes.

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