BNDES prepara socorro para metrô e trens em meio à crise do coronavírus
Após brutal redução do fluxo de passageiros por causa da covid-19, MetrôRio, SuperVia e CCR Barcas serão as primeiras a receber financiamento
Denyse Godoy
Publicado em 2 de abril de 2020 às 17h55.
Última atualização em 2 de abril de 2020 às 18h33.
Depois das companhias aéreas, as operadoras dos sistemas de metrô e trens metropolitanos brasileiros, que têm visto seu público desabar por causa da pandemia do novo coronavírus , também receberão uma ajuda do governo para se manter de pé.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai anunciar nos próximos dias um pacote de medidas para financiar capital de giro para as empresas de transporte público. As linhas terão garantia do Tesouro Nacional .
As primeiras socorridas devem ser empresas do Rio de Janeiro: MetrôRio, SuperVia — que administra os trens da região metropolitana da capital fluminense — e CCR Barcas — que opera as embarcações que ligam a cidade a Niterói, entre outras rotas. Ontem, executivos das três companhias se reuniram com o governador Wilson Witzel e técnicos do BNDES para discutir o programa.
O metrô do Rio já perdeu 80% dos passageiros nas últimas semanas. Na SuperVia, que é a única ligação da capital com a Baixada Fluminense, a queda foi de 70% — cerca de 580.000 passageiros por dia. Witzel determinou o fechamento do comércio não essencial no estado e tem pedido que a população se isole em casa para frear a disseminação da infecção respiratória covid-19, que já contagiou 1 milhão de pessoas em todo o mundo.
A situação das operadoras de transporte urbano no Rio é vista como a mais preocupante pelo BNDES, segundo EXAME apurou, porque são todas controladas por empresas privadas. Há poucas companhias de trens em outras capitais, e a grande maioria é estatal. Em São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) é controlada pelo governo João Doria Júnior , assim como a maior parte das linhas de metrô. A Trensurb, de Porto Alegre, é do governo federal. Todas estão sentindo o baque da redução na circulação de passageiros, mas, para as estatais, é mais fácil pedir ajuda para seus controladores caso falte dinheiro para manter as atividades.