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BNDES e Caixa têm maior exposição aos problemas do grupo EBX

Os bancos estatais Caixa Econômica Federal e BNDES são os mais expostos à dívida do grupo EBX, disse o Bank of America Merrill Lynch nesta segunda-feira


	De acordo com os analistas, o BNDES tinha de longe a maior exposição à dívida do EBX no final de março --um total de 4,9 bilhões de reais, representando 5,8 % do capital exigido do banco
 (Divulgação)

De acordo com os analistas, o BNDES tinha de longe a maior exposição à dívida do EBX no final de março --um total de 4,9 bilhões de reais, representando 5,8 % do capital exigido do banco (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2013 às 06h41.

São Paulo - Os bancos estatais Caixa Econômica Federal e BNDES são os mais expostos à dívida do grupo EBX, disse o Bank of America Merrill Lynch nesta segunda-feira, enquanto investidores avaliam os riscos decorrentes de anos de grandes empréstimos contraídos pelo conglomerado mineiro e energético do bilionário Eike Batista.

Apesar de dados limitados sobre a exposição a empréstimos do grupo, o risco está concentrado em alguns dos maiores bancos do país, disseram em um relatório analistas liderados por Alessandro Arlant. As ações das empresas do grupo EBX afundaram nesta segunda-feira depois que a empresa de petróleo OGX declarou inviáveis vários projetos.

Os analistas concluíram que a exposição está concentrada em cinco bancos brasileiros, a começar pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Caixa Econômica Federal, seguidos dos bancos privados Bradesco SA, Itaú Unibanco e grupo BTG Pactual SA, disseram Arlant e seu time de analistas.

Enquanto Arlant estima que os empréstimos concedidos por esses cinco bancos ao grupo EBX chegam a 9,42 bilhões de reais, o número pode estar subestimado por conta da falta de divulgação dos dados e dificuldades em avaliar quanto dessa exposição tem garantia colateral.

Uma porta-voz do Bradesco não quis comentar o relatório do BofA. Uma porta-voz do BNDES não comentou e alegou que alguns contratos com clientes estão sujeitos ao sigilo bancário. Assessores de imprensa do Itaú, Caixa e BTG Pactual não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Prejuízo colateral

Por anos, Eike Batista deu ações de suas companhias como garantia colateral de empréstimos tomados para construir plataformas de petróleo, desenvolver poços e explorar minério de ferro. Nos últimos meses, contudo, o bilionário mudou de rumo e passou a vender ativos e pagar dívidas para reduzir exigências de garantias colaterais.

No fim do ano passado, as seis companhias de Eike negociadas em bolsa tinham uma dívida líquida total de cerca de 15 bilhões de reais, de acordo com dados da Thomson Reuters.


De acordo com os analistas, o BNDES tinha de longe a maior exposição à dívida do EBX no final de março --um total de 4,9 bilhões de reais, representando 5,8 % do capital exigido do banco. O BNDES é a principal fonte de recursos de longo prazo para as empresas brasileiras.

A exposição da Caixa à dívida do grupo EBX era de 1,4 bilhão de reais, ou 3,4 % do capital exigido do banco, principalmente à empresa de construção naval do grupo OSX Brasil SA, disse o relatório. O Bradesco emprestou 1,25 bilhão de reais e o Itaú 1,24 bilhão de reais de acordo com dados relativos ao primeiro trimestre, representando 1,3 % e 1,4 % do capital exigido, respectivamente.

No caso do BTG Pactual, o banco de investimento controlado pelo bilionário André Esteves, a exposição foi estimada em 649 milhões de reais, principalmente à MPX Energia SA, disse o relatório.

"No entanto, dado o seu tamanho menor em relação aos grandes bancos comerciais, a exposição do BTG era equivalente a 4,3 % do total do capital exigido", escreveram Arlant e sua equipe em relatório.

Cinco das seis empresas negociadas em bolsa do grupo EBX perderam mais de 90 % de seu valor comparado às máximas, e os bônus da OGX, que foi por anos a principal unidade do grupo EBX, estão sendo negociados a cerca de 20 centavos por dólar.

Eike Batista, um dos mais bem sucedidos empresários brasileiros durante a década de boom das commodities, viu sua fortuna encolher de 30 bilhões para 10 bilhões de dólares este ano.

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