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BMW comemora 100 anos de existência

A empresa, que se tornou um dos símbolos da indústria alemã, nasceu em 7 de março de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial


	Logo da BMW: atualmente, a companhia fabrica carros de luxo e motos da marca
 (Harold Cunningham/Getty Images)

Logo da BMW: atualmente, a companhia fabrica carros de luxo e motos da marca (Harold Cunningham/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2016 às 12h19.

A mais conhecida fabricante de automóveis de luxo, a BMW, completa 100 anos nesta segunda-feira, marcada pela história da Alemanha e por uma trajetória surpreendente, que começou com a fabricação de motores de aeronaves.

A empresa, que se tornou um dos símbolos da indústria alemã, nasceu em 7 de março de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial como "Fábrica Bávara de Aviões" (Bayerische Flugzeugwerke).

Pouco depois, após a derrota da Alemanha, o Tratado de Versalhes de 1919 proibiu o país de fabricar aviões, razão pela qual a empresa precisou se reinventar.

Em 1922 foi refundada com o nome de Bayerische Motoren Werke (Fábrica Bávara de Motores), e adotou o logotipo azul e branco em forma de hélice, um emblema que combina as cores do estado alemão do qual se origina e seus primeiros passos no setor da aviação.

"Aquilo pelo qual a BMW é mais conhecida hoje em dia, os carros, é o que veio por último para completar seu portfólio de atividades", relata à AFP Manfred Grunert, historiador da empresa.

Atualmente, a companhia fabrica os carros de luxo e as motos da marca, os caríssimos Rolls-Royce, os elegantes Mini, e conta com 30 fábricas em 14 países, empregando cerca de 116.000 funcionários e em 2014 teve um volume de negócios 80 bilhões de euros.

Prisioneiros de guerra

Depois de lançar seu primeiro modelo de motocicleta em 1923, a BMW lançou-se na fabricação de carros em 1928 com a compra de uma fábrica em Eisenach, no centro da Alemanha.

Na década de 1930, criou o berlina 326 e o conversível 328, e desenvolveu seu próprio estilo, com a grade que se tornou o distintivo da marca.

Durante o regime nazista, a marca contribuiu para a indústria armamentista e voltou às suas raízes fabricando motores de aeronaves.

A partir de 1939 a empresa utilizou milhares de prisioneiros de guerra e presos de campos de concentração em suas fábricas, um capítulo obscuro de sua história que permaneceu mudo até os anos 1980.

Quando a guerra terminou, a empresa já não era nem a sombra do que havia sido e sobreviveu fabricando eletrodomésticos. A produção de motocicletas foi retomada em 1948, e a de carros em 1952, mas o sucesso demorou.

Em 1959, os graves problemas financeiros ao longo da década levaram a empresa à beira de ser absorvida pela sua rival, Daimler-Benz, mas um grupo de acionistas se rebelou.

Um deles, Herbert Quandt, filho de um industrial muito conhecido, salvou a marca com uma injeção maciça de capital.

"Sem o seu empenho, a BMW seria hoje uma fábrica da Daimler", estima Grunert. A família Quandt é ainda hoje uma das maiores acionistas da BMW, com 47% das ações.

No entanto, o nome Quandt também está associado ao período nazista, já que o pai de Herbert, Guenther Quandt, foi casado com a que se tornaria a esposa de Joseph Goebbels e que aproveitou o espólio de comerciantes judeus para fazer negócios.

Na década de 1960, a BMW garantiu vários sucessos com modelos berlina e lançou o slogan "prazer de conduzir".

O seu presidente entre 1970 e 1993, Eberhard von Kuenheim, foi quem deu o passo para a internacionalização da marca.

Na década de 2000, a marca aventurou-se além das berlinas com 4x4 urbanos e alguns modelos compactos e, em seguida, tornou-se o precursor da indústria alemã de carros elétricos, com o modelo BMWi3, um carro 100% elétrico.

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