Negócios

BMG negocia ao mesmo tempo a compra dos bancos Schahin e Morada

Profissionais contratados pelo BMG estão na fase final do que se chama no mercado de due diligence, ou seja, uma pente-fino na contabilidade do Schahin e do Morada

Desde que estourou o escândalo do Panamericano, instituições financeiras especializadas em um negócio conhecido como venda de cessão de crédito passaram a ter dificuldades para manter o ritmo de seus negócios (ROBERTO SETTON/EXAME)

Desde que estourou o escândalo do Panamericano, instituições financeiras especializadas em um negócio conhecido como venda de cessão de crédito passaram a ter dificuldades para manter o ritmo de seus negócios (ROBERTO SETTON/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2011 às 22h07.

São Paulo - O banco BMG, líder na concessão de crédito consignado entre as instituições financeiras privadas do País, negocia de uma só vez a compra dos bancos Schahin e Morada. O ‘Estado’ apurou que os dois negócios devem ser fechados nos próximos dias.

Profissionais contratados pelo BMG estão na fase final do que se chama no mercado de due diligence, ou seja, uma pente-fino na contabilidade do Schahin e do Morada. Quando - e se - o sinal verde for dado pelos analistas, faltará definir os preços.

Desde que estourou o escândalo do Panamericano, instituições financeiras especializadas em um negócio conhecido como venda de cessão de crédito passaram a ter dificuldades para manter o ritmo de seus negócios.

Esses bancos costumam se capitalizar vendendo para outros carteiras de crédito que formam. É uma maneira de conseguir dinheiro mais rapidamente, pois não precisam esperar até o vencimento dos empréstimos. Em troca da venda antecipada, claro, concedem um desconto para a instituição compradora.

A maior parte do rombo do Panamericano ocorreu justamente na contabilização de carteiras de crédito vendidas para outros bancos, principalmente os grandes de varejo. Se o então banco de Silvio Santos não tivesse sido salvo pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), analistas estimam que as instituições que fizeram negócio com o Panamericano apurariam pesados prejuízos.

Após a descoberta do problema, todas passaram a ser mais seletivas na hora de comprar carteiras. Em consequência, bancos que estavam acostumados a se capitalizar por meio dessas vendas começaram a ver o caixa encolher. Por isso, tiveram de pôr o pé no freio nas operações.

"Esse modelo de negócio acabou", disse uma fonte do setor. "E o pior é que estamos falando de cerca de 150 bancos." Por isso, essa fonte e outros especialistas, como Luís Miguel Santacreu, da Austin Rating, acreditam que haverá um novo processo de consolidação do sistema financeiro no Brasil. O provável negócio do BMG com o Schahin e o Morada seria apenas o primeiro de vários.

Empresas. O banco Schahin atua principalmente em financiamento a empresas (incluindo repasse de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). No fim do ano passado, tinha R$ 2,8 bilhões em ativos. O Morada é um banco de pequeno porte do Rio de Janeiro especializado em financiamento habitacional. Ao final de 2010, tinha R$ 566 milhões em ativos.

Procurado, o BMG disse que "analisa permanentemente oportunidades de aquisição", mas que, neste momento, não iria se pronunciar sobre nenhum negócio específico. O banco é o 22.º maior do País, com ativos de R$ 11,5 bilhões.

A assessoria do Schahin afirmou que nenhum executivo foi encontrado para comentar o assunto. Executivos do Banco Morada não foram encontrados.

Acompanhe tudo sobre:Bancos médiosBMGEmpresasFusões e AquisiçõesMercado financeiro

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem