Economia

Bilionários dos EUA ficam US$ 1 trilhão mais ricos na era Trump

Os americanos mais ricos já fazem manobras para proteger o patrimônio caso Joe Biden vença e cumpra sua promessa de aumentar impostos

Jeff Bezos: o fundador da gigante varejista Amazon ficou US$ 121 bilhões mais rico nos últimos quatro anos  (Lindsey Wasson/Reuters)

Jeff Bezos: o fundador da gigante varejista Amazon ficou US$ 121 bilhões mais rico nos últimos quatro anos (Lindsey Wasson/Reuters)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 31 de outubro de 2020 às 10h28.

Última atualização em 3 de novembro de 2020 às 16h16.

Os números não mentem: os Estados Unidos vivem na era dos bilionários. Há quatro anos, os EUA elegeram o primeiro presidente bilionário. Desde então, as cerca de 200 pessoas mais ricas do país – um grupo que representa 0,00006% da população – aumentaram sua fortuna combinada em US$ 1 trilhão.

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Agora, em um momento de risco, um país polarizado vota novamente. O resultado não determinará apenas o futuro dos EUA, mas também o rumo das maiores fortunas do país.

As forças que concentraram tanta riqueza em tão poucas mãos estavam em ação muito antes da vitória inesperada de Donald Trump. Qualquer que seja o resultado da terça-feira, 3, esses fatores, especialmente a mudança tecnológica, continuarão a moldar a economia e a política do país.

Mas a presidência de Trump acelerou tendências que tornaram os americanos mais ricos ainda mais ricos. E muitos já fazem manobras para proteger o patrimônio caso o ex-vice-presidente Joe Biden vença e cumpra sua promessa de aumentar impostos.

"Grandes mudanças"

“Trump não é responsável por muitos dos antigos fatores que têm provocado grandes mudanças na desigualdade. No entanto, as mudanças de políticas de Trump serviram para exacerbar, em vez de atenuar essas tendências”, disse a professora de economia do Reed College, Kimberly Clausing, citando uma lei fiscal de 2017 que favoreceu corporações e os ricos.

O patrimônio líquido de americanos que fazem parte do Índice de Bilionários Bloomberg aumentou de menos de US$ 1,8 trilhão na noite da eleição presidencial em 2016 para mais de US$ 2,8 trilhões na semana passada. Os membros do índice, uma classificação diária das 500 pessoas mais ricas do planeta, pode variar de um dia para o outro, mas o número de americanos se manteve estável, de 168 na noite da eleição para 166 neste mês.

A maior parte dos ganhos com Trump foi para os mais ricos dos ricos – um grupo que inclui algumas das pessoas menos favoritas do presidente. Jeff Bezos, o fundador da Amazon.com que Trump tem chamado de “Jeff Bozo”, ganhou cerca de US$ 121 bilhões sob sua presidência, apesar de um caro divórcio.

Enquanto isso, ricos por trás de empresas de energia, imóveis e industriais – setores favorecidos por Trump – perderam terreno coletivamente no índice desde o final de 2016, principalmente devido ao impacto da Covid-19.

Os enormes ganhos dos bilionários são em grande parte devido ao mercado acionário, que se valorizou continuamente durante o mandato de Trump. Da noite da eleição de 2016 até quinta-feira, o índice S&P 500 retornou 67%, incluindo dividendos, enquanto o ganho do índice Nasdaq Composite foi de 125%.

Até a chegada da pandemia, trabalhadores americanos também conseguiam pequenos, mas significativos ganhos sob o governo Trump. O coronavírus fez com que a desigualdade se ampliasse de maneira drástica, e milhões de pessoas perdiam o emprego no exato momento em que o mercado acionário se recuperava, enquanto alguns bilionários, especialmente donos de empresas de tecnologia, lucravam com as rápidas mudanças em como vivemos e trabalhamos.

Biden tem se concentrado em reverter muitas das políticas de Trump, prometendo aumentar os impostos de americanos que ganham mais de US$ 400 mil por ano.

O que deve acontecer na reta final das eleições americanas? Ouça o novo episódio do podcast EXAME Política:

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