Biagi e Junqueira Franco devem deixar setor sucroalcooleiro
Essas famílias já figuraram entre os grupos sucroalcooleiros mais poderosos do Brasil
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 07h26.
São Paulo - As famílias Junqueira Franco e Biagi, que já figuraram entre os grupos sucroalcooleiros mais poderosos do Brasil, podem deixar de vez o setor.
Os acionistas minoritários da Biosev , braço de açúcar e etanol do grupo francês Louis Dreyfus, as famílias - reunidas na Santelisa Participações, que detém 5,85% da empresa - negociam com os franceses um pacote de remuneração para deixar a companhia, apurou o jornal o Estado de S. Paulo.
Sem poder de voz na Biosev e descontentes com o rumo tomado pela companhia, as duas famílias devem seguir caminho próprio, afirmaram fontes.
A expectativa era de que os minoritários pudessem sair do negócio após o processo de abertura de capital da empresa (IPO, em inglês), realizado em abril de 2013, depois de uma tentativa frustrada em 2012.
"A maneira como o IPO foi conduzido e as decisões estratégicas tomadas pelo grupo frustraram os acionistas", disse uma fonte do setor.
As ações da Biosev acumulam queda de 40% desde 19 de abril de 2013, quando foi à Bolsa. "A intenção é fazer um acordo que dê maior liquidez aos acionistas", disse a mesma fonte.
No entanto, fontes do mercado financeiro ouvidas pela reportagem acreditam que será muito difícil um acordo. A saída mais óbvia seria a venda das ações no mercado. "A Biosev está altamente endividada e a matriz fechou a torneira", disse uma fonte.
União
Até 2007, as famílias Junqueira Franco, dona da Vale do Rosário, e Biagi, da Santa Elisa, ambas da região de Ribeirão Preto (SP), atuavam de forma independente no setor.
Quando a Cosan fez uma proposta hostil para a compra da Vale do Rosário no início daquele ano, o patriarca da família, Cícero Junqueira Franco, um dos responsáveis pela implementação do Proálcool, programa desenvolvido nos anos 70 para estimular a produção do etanol, rejeitou a oferta de Rubens Ometto e tentou buscar alternativas para se fortalecer no setor. No mesmo ano, deu início a conversas para a fusão com os Biagi.
Os dois grupos criaram a Santelisa Vale, mas a nova companhia, altamente endividada, foi incorporada no fim de 2009 pela francesa Louis Dreyfus, uma das maiores tradings de grãos do mundo.
A múlti se tornou a segunda maior produtora de cana do Brasil, atrás da Raízen (joint venture entre Cosan e Shell).
De tradicionais usineiros do setor, as famílias Biagi e Junqueira Franco tiveram de se acomodar no bloco Santelisa Participações, como acionistas minoritários, à época com 14% de participação. A fatia foi diluída para 5,85% após o IPO - relegando-os ao papel de coadjuvantes.
Procurado para falar as negociações, o representante dos acionistas minoritários, Cristiano Biagi, disse que não tem informações sobre o tema. Rui Chammas, presidente da Biosev, disse desconhecer as negociações entre os acionistas e controladores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - As famílias Junqueira Franco e Biagi, que já figuraram entre os grupos sucroalcooleiros mais poderosos do Brasil, podem deixar de vez o setor.
Os acionistas minoritários da Biosev , braço de açúcar e etanol do grupo francês Louis Dreyfus, as famílias - reunidas na Santelisa Participações, que detém 5,85% da empresa - negociam com os franceses um pacote de remuneração para deixar a companhia, apurou o jornal o Estado de S. Paulo.
Sem poder de voz na Biosev e descontentes com o rumo tomado pela companhia, as duas famílias devem seguir caminho próprio, afirmaram fontes.
A expectativa era de que os minoritários pudessem sair do negócio após o processo de abertura de capital da empresa (IPO, em inglês), realizado em abril de 2013, depois de uma tentativa frustrada em 2012.
"A maneira como o IPO foi conduzido e as decisões estratégicas tomadas pelo grupo frustraram os acionistas", disse uma fonte do setor.
As ações da Biosev acumulam queda de 40% desde 19 de abril de 2013, quando foi à Bolsa. "A intenção é fazer um acordo que dê maior liquidez aos acionistas", disse a mesma fonte.
No entanto, fontes do mercado financeiro ouvidas pela reportagem acreditam que será muito difícil um acordo. A saída mais óbvia seria a venda das ações no mercado. "A Biosev está altamente endividada e a matriz fechou a torneira", disse uma fonte.
União
Até 2007, as famílias Junqueira Franco, dona da Vale do Rosário, e Biagi, da Santa Elisa, ambas da região de Ribeirão Preto (SP), atuavam de forma independente no setor.
Quando a Cosan fez uma proposta hostil para a compra da Vale do Rosário no início daquele ano, o patriarca da família, Cícero Junqueira Franco, um dos responsáveis pela implementação do Proálcool, programa desenvolvido nos anos 70 para estimular a produção do etanol, rejeitou a oferta de Rubens Ometto e tentou buscar alternativas para se fortalecer no setor. No mesmo ano, deu início a conversas para a fusão com os Biagi.
Os dois grupos criaram a Santelisa Vale, mas a nova companhia, altamente endividada, foi incorporada no fim de 2009 pela francesa Louis Dreyfus, uma das maiores tradings de grãos do mundo.
A múlti se tornou a segunda maior produtora de cana do Brasil, atrás da Raízen (joint venture entre Cosan e Shell).
De tradicionais usineiros do setor, as famílias Biagi e Junqueira Franco tiveram de se acomodar no bloco Santelisa Participações, como acionistas minoritários, à época com 14% de participação. A fatia foi diluída para 5,85% após o IPO - relegando-os ao papel de coadjuvantes.
Procurado para falar as negociações, o representante dos acionistas minoritários, Cristiano Biagi, disse que não tem informações sobre o tema. Rui Chammas, presidente da Biosev, disse desconhecer as negociações entre os acionistas e controladores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.