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BB usará ganho na recompra de bônus para patrimônio líquido

Na última terça-feira, o BB anunciou o início de uma oferta de recompra de títulos emitidos no exterior

Banco do Brasil: na última terça-feira, o BB anunciou o início de uma oferta de recompra de títulos emitidos no exterior (Adriano Machado/Bloomberg News)

Banco do Brasil: na última terça-feira, o BB anunciou o início de uma oferta de recompra de títulos emitidos no exterior (Adriano Machado/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2015 às 12h36.

Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 16h40.

São Paulo - O Banco do Brasil usará o ganho previsto com a operação de recompra de bônus emitidos no exterior para compor o patrimônio líquido, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto, em meio a dúvidas despertadas no mercado com o objetivo do banco com a transação que envolve até 600 milhões de dólares.

"Vai para compor capital principal, que deve ter exigência regulatória mais forte em Basileia III", disse a fonte familiarizada com o banco.

Segundo a fonte, que pediu anonimato porque não está autorizada a falar publicamente sobre o assunto, o BB está aproveitando uma sobra de caixa no exterior para recomprar títulos, que estão com valor de face bem inferior ao da época da emissão.

"A diferença entre o valor original e o que deve ser usado para recompra deve ir para reforçar o capital principal", acrescentou a fonte.

Na última terça-feira, o BB anunciou o início de uma oferta de recompra de títulos emitidos no exterior, incluindo bônus perpétuos e notas seniores.

O anúncio levantou questionamentos entre investidores e analistas sobre as motivações para a operação, que deve reduzir o capital de nível 1 que compõe o índice de Basileia, métrica internacional de capitalização que os bancos devem respeitar.

Pelas regras do Banco Central brasileiro, o piso do índice de Basileia, incluindo os níveis 1 --de melhor qualidade-- e 2 para os bancos no país é de 11 por cento. Geralmente, as instituições financeiras do país mantêm seus índices em patamares bem superiores, acima de 15 por cento.

Com a gradual migração para a fase 3 do acordo de Basileia, a participação dos instrumentos de nível 1 deve aumentar até 2019, quando haverá a implementação integral das novas regras no Brasil. O capital principal, ou patrimônio líquido, é o principal componente do chamado Tier 1.

O índice de Basileia do BB estava em 16,2 por cento no fim de setembro, mantendo praticamente o mesmo nível dos últimos trimestres. Da mesma forma, o Tier 1 do BB tem sido superior a 11 por cento. Mas o capital principal caiu de 8,71 para 8,07 na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano.

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