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BB, Itaú, Bradesco e Caixa concentram quase 80% do crédito

O porcentual, divulgado pelo Banco Central, revela aumento na comparação com junho, quando o índice estava em 76,95%

BB: a concentração também cresceu nos outros dois temas acompanhados pelo BC (Pilar Olivares/Reuters)

BB: a concentração também cresceu nos outros dois temas acompanhados pelo BC (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de abril de 2017 às 18h01.

Brasília - A concentração aumentou e os quatro maiores bancos já têm praticamente 80% do mercado de crédito brasileiro. Dados apresentados nesta segunda-feira, 3, pelo Banco Central mostram que as quatro maiores instituições financeiras - Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Caixa Econômica Federal - terminaram dezembro com 78,99% do mercado de crédito. O porcentual revela aumento na comparação com junho, quando o índice estava em 76,95%.

A concentração também cresceu nos outros dois temas acompanhados pelo BC. Em depósitos, a participação das quatro instituições aumentou de 74,56% para 78,48% no mesmo período. Em total de ativos, a parcela do BB, Itaú, Bradesco e Caixa passou de 70,48% para 72,70%.

Ativos problemáticos

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, nega que eventual aumento do risco gerado pela expansão da carteira de ativos problemáticos vá prejudicar a recuperação do mercado de crédito das empresas. O diretor disse que essa piora na margem seria relacionada a "riscos já compreendidos".

"Esses riscos já estão na conta dos bancos e podem ou não continuar se materializando. Isso depende do cenário idiossincrático de cada empresa. Isso não vai atrasar eventual retomada do crédito", disse o diretor em entrevista para apresentar o Relatório de Estabilidade Financeira (REF).

Durante a apresentação, o diretor citou que a perspectiva de aumento dos ativos problemáticos é basicamente pelas grandes empresas.

"Houve eventos significativos como Lava Jato, Oi e Sete Brasil. Essa perspectiva é muito impactada por eventos específicos", disse, ao comentar que o risco de ativos problemáticos para pessoa física e pequenas e médias empresas parece ter ficado para trás.

Anthero Meirelles ressaltou que o importante é que os riscos "já estão sobre a mesa" e bancos continuam com indicadores sólidos, como elevados níveis de capital, liquidez e provisão para esses riscos. "O sistema financeiro tem capacidade de absorver esses choques", disse.

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