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BB e Mapfre investe em tecnologia e lucra 30% mais em 2015

A seguradora BB e Mapfre teve um lucro líquido de 2,14 bilhões de reais em 2015, um salto de 30,3% frente a 2014


	BB Mapfre: prêmios arrecadados somaram 16,7 bilhões de reais, um crescimento de 2,6% ante o ano anterior
 (Paulo Pepe/Divulgação)

BB Mapfre: prêmios arrecadados somaram 16,7 bilhões de reais, um crescimento de 2,6% ante o ano anterior (Paulo Pepe/Divulgação)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 10h51.

São Paulo - A seguradora BB e Mapfre teve um lucro líquido de 2,14 bilhões de reais em 2015, um salto de 30,3% frente a 2014. Os prêmios arrecadados somaram 16,7 bilhões de reais, um crescimento de 2,6% ante o ano anterior.

Em 2015, os ganhos corresponderam a 14,1% dos prêmios arrecadados no ano. Nos 12 meses anteriores, essa relação tinha sido de 11,3%.

Os resultados foram puxados pelo bom desempenho das vendas nas carteiras de agronegócios, que cresceu 14,7%, e na de grandes riscos, que avançou 17,1%.

Líder em seguros rurais, a BB e Mapfre tem 75,5% de participação de mercado nesse setor. A expansão do nicho, acredita a empresa, é um reflexo de ações focadas no atendimento a produtores durantes eventos climáticos.

A companhia investiu, por exemplo, em tecnologias de monitoramento de enchentes e secas.

Quando esses fatores acontecem, ela desloca equipes para calcular as perdas e apoiar os agricultores antes mesmo de o sinistro ser acionado.

"Tivemos uma seca muito forte durante o ano passado, mas nosso produto estava muito bem ajustado às necessidades. Por isso melhoramos a rentabilidade", disse a EXAME.com Roberto Barroso, presidente da companhia para as áreas de pessoas, rural e habitacional.

Já o segmento de grandes riscos, que engloba seguros vendidos a grandes empresas, aumentou basicamente graças à compra de carteiras de concorrentes.

"Aproveitamos algumas oportunidades que surgiram no mercado", acrescentou Marcos Ferreira, presidente das áreas de automóvel, seguros gerais e affinities.

Em 2015, os seguros de vida representaram 32,9% dos negócios da BB e Mapfre. O ramo de automóveis correspondeu a 32,7%, o de agronegócios a 15,8%, o de grandes riscos a 10,6% e o de massificados em 8%.

O patrimônio líquido do grupo fechou o ano em 6 bilhões de reais, um crescimento de 4,4% ante 2014. Os ativos totais somaram 29 bilhões de reais, avanço de 12,4%, na mesma comparação.

Contra a crise

Com o cenário macroeconômico complicado, a seguradora lançou durante o ano alguns produtos adaptados para a crise.

Um deles foi um seguro para carros com duração de seis meses, que tem uma apólice com preço mais baixo devido à curta validade.

Outro foi um seguro para microempresários, como cabeleireiros e demais profissionais que trabalham em casa. Ele protege o imóvel, cobre danos e roubos de equipamentos e perda de pagamento de aluguel, por exemplo.

"Sabemos que os microempresários também terão alguma dificuldade neste ano. Mas a crise vai passar e quem conquistar esse cliente agora, continuará tendo ele depois", comentou Barroso.

Mudanças para 2016

Também pensando em quando a turbulência passar, a BB e Mapfre fará uma reformulação total de seus seguros de vida em 2016. Porém, ela ainda não divulga informações novos os produtos que devem ser anunciados.

"Vamos aproveitar o momento em que os concorrentes dão uma freada para ficar mais próximos do cliente. Esse ramo tem um espaço enorme de crescimento, cerca de 10% das pessoas têm seguro de vida no Brasil, apenas", disse Barroso.

A companhia espera continuar crescendo dois dígitos neste ano.

"Estamos bastante animados. Sabemos que o ano será de dificuldade econômica, mas é nessas horas que a associação com uma seguradora presente no mundo inteiro e que já viu outras crises (a Mapfre) é um diferencial", afirmou Barroso.

Ferreira concorda e diz que a crise pode até impulsionar os negócios da empresa.

"Nos momentos em que as famílias passam a ter restrições, os seguros são importantes, servem como suporte", disse.

Digital

Outro ponto que contribuiu para o resultado positivo da empresa em 2015 foi o investimento em transformação digital.

A renovação de seguros de automóveis, por exemplo, agora pode ser feita pela internet.

Um sistema disponibilizado aos distribuidores permite ainda que produtos possam ser ofertados online, sem a necessidade de um vendedor.

"O digital é o melhor dos mundos. Com ele, nós aumentamos a satisfação do cliente que não quer perder tempo e ainda reduzimos custos", disse Barroso.

Para este ano, o executivo promete: "tudo o que oferecemos hoje na internet, em 2016 vai poder ser feito pelo celular".

O grupo

Resultado da união entre o Banco do Brasil e a Mapfre Seguros, há cinco anos, o grupo tem mais de 6.000 funcionários no país.

Seus produtos são vendidos na rede do banco (em mais de 7.000 pontos próprios de atendimento), em cerca de 20.000 corretoras Mapfre e ainda em 37.000 canais affinities (lojas de varejistas, empresas de telefonia e cooperativas de crédito parceiras).

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